Mágicos sabem fazer truques ilusórios, que encantam crianças, ingênuos e insensatos. Enquanto permanecermos na esfera infantil, a graça e as artimanhas encantam o coração das crianças. Ficam petrificadas e encaram o truque como uma realidade. O mágico, por sua vez, alegra-se, se bem-intencionado for, com seus efeitos infantis. O mágico cria para as crianças um mundo mágico.
O que acontece, porém, quando o mundo da fantasia é transplantado para a esfera pública? O que ocorre quando o mágico é um líder de massas, voltado para encantar as pessoas comuns com suas fantasias? O real é abandonado e, em seu lugar, surge o mundo da ficção política.
Lula, nesta perspectiva, é um mágico da política, um encantador de pessoas crédulas que acreditam em discursos que são verdadeiros truques, feitos para meramente enganar os incautos.
A mágica foi inventar - uma verdadeira ficção, esta, sim, de alcance universal - uma criatura "real", que seria a mãe do PAC (Plano de Ação para Crédulos), gestora eficaz e implacável, que continuaria a obra do seu criador. O produto "vendido" foi uma pessoa de incompetência ímpar, que levou o país à beira do precipício. Esta nem artimanhas soube fazer, fruto de sua própria soberba.
A mágica foi o truque vendido da redenção dos pobres; a realidade um desemprego que beira 10 milhões de desempregados. A inflação aí está, também, a corroer salários, com perda flagrante do poder aquisitivo das pessoas supostamente redimidas socialmente.
A mágica foi o país do crescimento econômico que daria lições para o mundo; a realidade uma queda do PIB que pode atingir 10% em três anos, um verdadeiro "feito" econômico e social, algo que até os mais "habilidosos" teriam dificuldades de fazer.
Um dia a mágica acaba. A realidade irrompe, algumas vezes abruptamente. O impeachment é a reação à ficção política, à mágica dos demagogos. Talvez não tenham estes ainda se dado conta de que sua realidade acabou.
Os ingênuos já acordaram e disseram não ao embuste. Viram a realidade e clamaram por mudanças. Enxotaram a criatura do mágico e o abandonaram à sua própria sorte.
Os insensatos são os crédulos que continuam a viver no mundo da ficção política, tomados que são pela miopia ideológica, capturados que foram pelo mágico.
O mágico, por sua vez, antes de pensar em uma nova magia, terá de enfrentar a Justiça nas próximas semanas e meses. Estará, nesse sentido, muito ocupado!
O Brasil mudou. Nosso país se deu uma nova oportunidade.