São três os eixos da estratégia a ser adotada pela oposição venezuelana para afastar o presidente Nicolás Maduro, que cumpre mandato desde 2013, com previsão de encerramento em 2019 (são seis anos, mas com a possibilidade constitucional de um referendo revogatório na metade do período).
A eles:
1) Aprovar emenda constitucional reduzindo o tempo de mandato.
2) Chamar um referendo sobre a permanência de Maduro.
3) Estimular a pressão das ruas.
Ter "apenas uma carta na mão" seria "um suicídio", explica o deputado de oposição Americo De Grazia.
A oposição venezuelana argumenta que a retirada do presidente é a única maneira de resolver a grave crise que toma conta do país.
Também haverá um pedido à OEA (Organização dos Estados Americanos) para que faça a mediação do que definem como crise institucional no país.
Oficialmente, a coalizão opositora venezuelana Mesa da Unidade Democrática (MUD) adiou o anúncio previsto para esta quinta-feira sobre o mecanismo de lei que seria empregado para tirar Maduro do poder.
- Hoje não haverá anúncio por causa das circunstâncias relativas à sentença do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), que reduziu as faculdades do Legislativo para controlar as atuações dos poderes públicos - afirmou Jesús "Chúo" Torrealba, secretário-executivo da MUD.
Torrealba indicou que o bloco opositor centrará sua atenção na sessão do parlamento (que domina com dois terços as cadeiras), onde se debaterá a decisão da Sala Constitucional do TSJ, sobre a qual o presidente do Legislativo, Henry Ramos Allup, disse que "não tem efeito de pressão ou efeito inibitório".
Torrealba evitou mencionar uma nova data para anunciar o mecanismo legal para antecipar a saída de Maduro (2013-2019), a quem acusa de aprofundar a já grave crise econômica que atinge a Venezuela.
As alternativas analisadas são um referendo revogatório, uma emenda constitucional para reduzir a quatro anos o mandato presidencial, uma Assembleia Constituinte, uma declaração de abandono do cargo por não cumprimento de funções e, inclusive, a renúncia de Maduro.
O secretário executivo da MUD deixou aberta a possibilidade de que se torne pública uma decisão do bloco opositor a respeito para esta sexta-feira ou durante o fim de semana. Os eixos, de qualquer forma, estão definidos.