Barack Obama terá de ser persuasivo para unificar o discurso de dissidentes e opositores cubanos. Coube ao primeiro presidente negro dos EUA, um democrata seguidor de Jimmy Carter, promover o histórico reatamento com a ilha socialista e lhe fazer a primeira visita em quase 90 anos. A abertura que isso ajuda a estabelecer em Cuba será acompanhada das vozes dissonantes, algo natural em uma democracia. Perceba as diferenças nos discursos, ouvidos por Zero Hora, de opositores moderados como Yoani Sánchez, dissidentes como Guillermo Fariñas e jornalistas críticos ao governo, como Dagoberto Valdés, diretor da revista digital Convivencia:
Yoani Sánchez, blogueira e jornalista:
– A visita é mais simbólica que política. Se conseguirmos que o mundo preste atenção a Cuba durante 48 horas, já sairemos ganhando. Como jornalista, será uma excelente oportunidade para reportar o que ocorre em Cuba. Como cubana, será um momento de muita alegria, assim como para toda a população.
Guillermo Fariñas, jornalista e psicólogo:
– O presidente Obama foi eleito democraticamente e pode decidir quem visita. Mas considero um erro vir agora até Cuba. Primeiro, deveria haver um compromisso do governo totalitário castrista de se tornar um Estado de direito. Espero, pelo menos, que ele cumpra a palavra de se reunir com a oposição.
Dagoberto Valdés, jornalista e diretor de revista:
– A viagem do presidente Obama serve para o entendimento, e é assim que as coisas podem melhorar em Cuba. Chefes de Estado devem trabalhar pelos necessitados, sempre. O povo cubano necessita que respeitem os direitos humanos e que haja trabalho e progresso. A visita de Obama é positiva por isso.
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