O adversário deste domingo tem camiseta pesada e dinheiro sobrando, o que não tornou automática a formação de um time competente e confiável. O Palmeiras contratou o suficiente para ter pelo menos dois bons jogadores por posição. Na formação de banco, anda sobrando gente que seria titular no próprio Inter.
Após a estreia vitoriosa contra o adversário mais frágil, o Inter começa neste domingo uma série fortíssima de jogos difíceis. Na quinta rodada, por exemplo, está marcado Gre-Nal na Arena. O torcedor colorado não soma nenhuma razão sólida para cantar esperança no Brasileirão deste ano. Ao mesmo tempo, me parece não correr também nenhum risco de rebaixamento.
Basta que se veja o que há em volta para concluir que o destino mais provável do Inter em 2018 é completar a travessia sem ameaças de que o barco vire na turbulência. Para um clube tão campeão, tão cheio de títulos relevantes e com tonelada no distintivo que carrega no peito, é pouco. O futebol, ao mesmo tempo, nunca foi tão pródigo em exemplos onde currículo conta menos do que performance.
Na semana passada, neste espaço, o presidente Marcelo Medeiros prometeu luta por uma campanha digna no Campeonato Brasileiro. Estava sendo corajosamente sincero. A eliminação para o frágil Vitória no Barradão assustou os colorados; a postura acovardada do segundo tempo, então, muito mais. Caso o Inter decida ser apenas um time que se defende no Pacaembu, transmissão da RBSTV, é enorme a chance de que volte de lá derrotado.
Odair Hellmann pode até não ter mandado sua equipe jogar tão atrás, mas foi o que aconteceu. Sem oferecer qualquer risco ao adversário, o Inter teve momentos de Olaria em Salvador. Impensável, dirá o torcedor, que se vá assim até o fim do ano. Que privilegie defender-se, faz sentido, não há qualidade para protagonismo. Agora, ficar todo tempo atrás da linha da bola esperando a intervenção divina, aí não dá. O 2018 do Inter é de passagem, simples assim.