Mesmo cheio de solavancos, o caminho para que a Petrobras reveja sua política de preços está aberto. Nesta quinta-feira (27), a assembleia-geral de acionistas confirmou a nova composição do conselho de administração.
Vão integrar o colegiado que é responsável por decisões estratégicas o presidente executivo, Jean Paul Prates, e os conselheiros Efrain Cruz, Pietro Mendes, Sergio Rezende, Vitor Saback, Bruno Moretti, José João Abdalla e Marcelo Gasparino.
Como o mercado previa, nem as objeções internas e externas a alguns nomes - como os de Mendes Rezende - atrapalharam os planos do governo de confirmar seus seis indicados. E os minoritários também conseguiram manter seus dois nomes no conselho - os únicos que permanecem em relação à composição dos últimos quatro anos: Abdalla e Gasparino.
A reunião virtual, que começou no início da tarde, se estendeu até quase o fechamento do mercado financeiro. Não por acaso, as ações da estatal caíram 2,5% em dia de alta na cotação do petróleo (0,6%) - que normalmente provocaria um avanço - e também no Ibovespa. Ou seja, uma ação que pesa no indicador andou na contramão.
No processo, houve entre o PT e o PSD do titular de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e até briga interna no PT. Apesar dos atritos, de muitas mudanças nas listas de indicados, o mercado avaliava que o desfecho fosse esse porque algo semelhante havia ocorrido na mais recente eleição do conselho. No ano passado, indicados pelo então governo Bolsonaro foram considerados inelegíveis por conflito de interesses e, mesmo assim, confirmados.
No início do mês, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que uma nova política de preços - mencionada na véspera por Silveira - só seria debatida "no momento em que o presidente da República convocar o governo para discutir". Na visão do segmento, agora não falta muito para esse momento. Dias antes, o próprio Prates havia dado sinais do rumo, ao afirmar:
— A política de preços da Petrobras será a política de preços de uma empresa nacional que tem parque de refino no Brasil para disputar cada metro cúbico de combustível e cada metro cúbico ou milhão de BTU de gás.