Em linha com as projeções de que o resultado positivo do PIB no primeiro trimestre pode ser o melhor do ano – resultado será publicado na próxima quinta-feira (1/6) –, a Sondagem Industrial da Fiergs de abril mostrou queda drástica na produção industrial. O levantamento foi realizado entre 2 e 12 de maio, portanto antes da crise política provocada pela delação da JBS.
Além da forte redução na projeção de produção, de 57 pontos em março para 40,4 pontos em abril, a sondagem declínio no emprego (de 49,5 para 48,3 pontos ). Um dos fatores que levaram à queda em abril, conforme a Fiergs, é o fato de o mês ter ficado com cinco dias úteis a menos do que o anterior, devido aos feriadões. Em nota, o presidente da entidade, Heitor José Müller, aponta ainda "demanda interna insuficiente e a alta carga tributária" entre as dificuldades para a retomada na atividade".
O levantamento detectou também que o setor industrial começa o segundo trimestre com maior ociosidade no Estado. A média de utilização da capacidade instalada (UCI) diminuiu de 68% em março para 64% em abril, ainda abaixo da média histórica para o mês, de 70,7%. Outro indicador de um momento menos favorável para a indústria gaúcha é o dos estoques de produtos finais, que cresceu em abril na comparação com março, permanecendo acima do nível planejado pelas empresas pelo quarto mês consecutivo.
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A Sondagem Industrial aponta ainda que as expectativas dos empresários gaúchos para os próximos seis meses foram revisadas para baixo a partir de maio – ainda sem os efeitos da crise política. Apesar disso, as projeções para demanda, compra de matérias-primas e exportações seguem embutindo perspectiva de alta, por terem indicadores acima de 50 pontos.
A melhor notícia do indicador vem da intenção de investimentos dos industriais gaúchos para os próximos seis meses. A pontuação subiu 1,8 ponto, para 47,9 pontos. Como se manteve abaixo dos 50 pontos, revela que a parcela de empresas dispostas a investir (45%) ainda é minoritária.