Na semana em que parece ter surgido nova facção criminosa no Estado que defende "limites para a violência", desafiando nosso senso de realidade, a coluna seleciona obras de ficção que tentaram compreender a lógica econômica por trás dos negócios ilegais ou, como caracterizaram os bandidos gaúchos fartos da desorganização, "o lado certo da vida errada".
Era Uma Vez na América (1984)
Sergio Leone não deixou sua assinatura só no gênero western. Com a parceria de Ennio Morricone na música, compõe essa história do crime e de sua busca de respeitabilidade pela via da conexão com o poder. Vejam bem, lá nos Estados Unidos... Não é o mais famoso dos filmes de Leone, mas é imperdível.
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Trapaceiros (2000)
Este legítimo Woody Allen entrou para aliviar o peso da lista. O diretor lança seu olhar irônico sobre um bando atrapalhado de candidatos a bandidos que fracassa miseravelmente na tentativa, mas acaba fazendo fama e fortuna no lado legal da economia, com direito a comportamentos emergentes.
Profissão de Risco (2001)
Aborda a disseminação global do tráfico de drogas nos anos 1970, com foco nos elos entre negociantes, entre os quais um "importador" de cocaína do Cartel de Medellín, comandado por Pablo Escobar. O protagonista, George Jung, foi durante duas décadas um dos principais alvos do combate às drogas do governo americano.
O Conselheiro do Crime (2013)
Outra abordagem "negocial" de atividades criminosas, mostra o advogado que decide "investir" nos esquemas ilegais de seus clientes. Descreve ligações entre os diversos tipos de "profissionais" envolvidos na cadeia. Alerta: é extremamente cruel, não por cenas explícitas mas pelo desdobramento dos fatos.