Pouco amigo do frio, mesmo que as baixas temperaturas ajudem um pouco nas vendas, Adelino Colombo tem outros motivos para andar contrariado neste pré-inverno. Um jornal do centro do país, ao noticiar a reestruturação de uma dívida bilionária da Camisaria Colombo, chamou a empresa de "Lojas Colombo".
Foi o que bastou para o telefone do empresário gaúcho não parar mais de tocar. Até representantes de bancos ligaram para perguntar o que estava havendo. E nada estava havendo. Sua rede de lojas enfrentou queda nas vendas, como todo o varejo, mas a saúde financeira está incólume, garante. Ou seja, não mexam com a Colombo errada. À coluna, Adelino repete seu mantra:
– Não devo nada a nenhuma instituição financeira. Zero. Nunca desviei dinheiro para comprar apartamento em Miami. Uso tudo para cumprir as obrigações, para reinvestir na empresa, para pagar um saco de impostos e para manter 4,5 mil funcionários.
Aos 85 anos, Adelino diz trabalhar "da manhã à noite" para tocar as cerca de 300 lojas e os respectivos centros de distribuição. Isso significa 67 anos de experiência e de enfrentamento das mais variadas crises. Embora considera esta uma das maiores, afirma que segue "acreditando no país". E conta que os últimos quatro dias suas unidades tiveram um "desempenho muito bom", com aumento de vendas acima de 100%.
– Ontem, tivemos faturamento 11% acima da meta, estava até desacostumado, foi uma surpresa boa – brinca sobre as dificuldades recentes pelas quais toda economia tem passado.
Embora admita ter fechado "três ou quatro" lojas em Santa Catarina e no Paraná por mau desempenho ou aluguel elevado, Adelino avisa que acaba de abrir um ponto de venda "grande" em Capão da Canoa, e prepara a abertura de outros em Itajaí (SC) e Curitiba (PR).