Quando divulgar o resultado do primeiro trimestre de 2016 do Produto Interno Bruto (PIB) – as estimativas apontam queda perto de 0,8%, a mesma do mesmo período do ano passado –, o IBGE deve confirmar amanhã a quinta queda consecutiva do indicador que avalia o desempenho da economia. Vem sendo alimentada a esperança de que a repetição do desempenho no período de janeiro a março poupe os brasileiros de rever uma queda igual ou maior do que a registrada no ano anterior.
Ainda que a recessão só tenha sido caracterizada em 2015, o país vem sendo guiado com um olho no retrovisor há mais tempo. Dos últimos nove trimestres, em apenas dois o PIB não foi negativo na comparação com o período anterior. E vendo os indicadores que compõem o cálculo, fica ainda mais claro que a deterioração da economia não começou no ano passado.
Os investimentos, expressos no indicador Formação Bruta de Capital Fixo, não avançam há 10 trimestres na comparação com o período. Significa que, há mais de dois anos, menos empresas decidem expandir ou abrir novos negócios. Quanto antes esse sinal se inverter, mais cedo será possível sonhar com alguma recuperação. Mas a confirmação da mudança de pulso depende de condicionantes que ainda não estão asseguradas. Vai depender das medidas do governo e do grau de confiança que serão capazes de gerar entre consumidores e empresários.