A combinação da alta da inflação, dos juros e do desemprego atingiu os supermercados gaúchos, que, assim como outros setores, tiveram em 2015 seu pior resultado em anos. De acordo com os dados divulgados pela Associação Gaúcha dos Supermercados (Agas) nesta terça-feira, o faturamento total do segmento registrou queda real (que desconta a inflação do período) de 1,91% em relação a 2014. Segundo a Agas, foi a primeira queda real em 10 anos.
Apesar das vendas menores, o número de lojas no Estado se manteve estável, em cerca de 4,4 mil, e o total de funcionários empregados subiu um pouco.
Colocando uma lupa no desempenho do setor, um dado chama atenção. Enquanto as pequenas (até R$ 20 milhões de faturamento ao ano) e grandes empresas (mais de R$ 100 milhões) cresceram abaixo da inflação registrada no período, as médias (entre R$ 20 milhões a R$ 100 milhões) conseguiram, ao menos, empatar com a alta dos preços.
Na avaliação do presidente da Agas, Antonio Cesa Longo, isso se deve às características dessa fatia do mercado, em especial a capacidade de enxugar gastos com mais agilidade e menos impacto no negócio.
– Hoje, o supermercado de sucesso é aquele que consegue reduzir custos sem prejudicar seus serviços – aponta.
Outra constatação interessante do balanço feito pela Agas é em relação à variedade de produtos oferecidos nos supermercados. Enquanto em 2014 as empresas ofereciam, em média, 15.088 produtos diferentes aos consumidores, no ano passado, o número caiu para 12.540.
Isso reflete, conforme Longo, uma mudança no setor, que tende a aumentar as categorias de itens, mas reduzir o número de marcas por categoria.