Com desvalorização de 75% na bolsa apenas em 2016 (veja abaixo), dívidas na casa dos R$ 6 bilhões e sem caixa para fazer investimentos necessários na manutenção de sua estrutura, a Rumo ALL é, hoje, sinônimo de problema para o setor logístico.
Formada a partir da fusão do braço de transportes da Cosan com a ALL em 2014 – negócio avaliado em US$ 4,7 bilhões à época , a empresa precisaria, conforme avaliação interna e de analistas, de R$ 8 bilhões para renovar linhas férreas que administra e comprar novas locomotivas e vagões. O que assusta investidores é não ter sinais de que esse dinheiro pode vir.
Em cenário de alta do juro e acesso ao crédito mais difícil, a restrição é ainda maior. No Estado, as condições oferecidas pela Rumo têm afastado clientes e desestimulado a utilização da ferrovia.
Vice-coordenador do Fórum de Infraestrutura e Logística da Agenda 2020, Paulo Menzel avalia que a crise fez a companhia perder contratos para transporte de cerca de três milhões de toneladas por mês no RS. E avalia:
– É reflexo da deterioração do serviço.
Se a Rumo quiser voltar aos trilhos, precisa renovar a concessão. Sem isso, não vai obter recursos para investir. E o Estado se inquieta com seu futuro.