Nos últimos cinco anos, Porto Alegre viu uma festa crescer como poucas: tocando exclusivamente música brasileira, organizada sob ideais democráticos e inclusivos, não raras vezes trazendo assuntos que meses mais tarde explodiriam nacionalmente e com o espírito de vanguarda que sempre pautou as grandes iniciativas culturais. É a Cadê Tereza?, festa que começou sendo realizada na Casa de Teatro, apenas porque os organizadores queriam ouvir música nacional na noite e não achavam onde, chegou a ter mais de 3 mil pessoas em apenas uma noite e realiza neste sábado a sua penúltima edição.
– Sempre foi muito genuíno. Mais do que tocar o que tava todo mundo ouvindo, a gente queria compartilhar o que a gente ouvia. O tom sempre foi apaixonado, tudo sempre foi feito com muito carinho – lembra Nanni Rios, idealizadora da festa.
Depois de passar por Odomodê, Bambas da Orgia, Imperadores do Samba, Império da Zona Norte, Galpão IBGE, Opinião, Jockey Club, Casa do Gaúcho e o atual espaço, um galpão na rua Voluntários da Pátria, a festa anunciou seu fim. Pelo menos em edições mensais.
– No tempo em que estamos na cena, o público mudou bastante e parece que a demanda é outra. Outro tipo de música, de serviço, outros espaços, a rua etc. Foi por feeling que a festa começou, é por feeling que vai terminar – diz Nanni.