Um deles está no Rio Grande do Sul com a peça Meu Passado me Condena. O outro, com o show de stand-up Tô Viajando. Conversamos com os dois Fábios – o Porchat e o Rabin – sobre humor. Dá um conferes:
A arte vem sendo muito vigiada ultimamente. Isso prejudica ou dá ao humorista chance de bater de frente?
Porchat: Qualquer tipo de arte, quando é censurada, prejudica todas as outras. Mesmo que não esteja relacionada. O humor tem como força fazer as pessoas darem risada de determinados assuntos, tirar sarro de situações. Então, a força que o humor tem para tentar defender a arte, e defender o que aconteceu aí no Sul, é fazer rir.
Rabin: Sem dúvida, a arte está sendo censurada. Você pode discutir bom gosto e mau gosto da arte, o que não dá para fazer é censurar uma tentativa de fazer arte. Com piada, isso acontece muito. O comediante tem que fazer piada com tudo, é a função dele. Mas, várias vezes, o comediante ou o artista acaba sendo culpado por algo que acontece na sociedade. Acontece uma tragédia, um crime, qualquer coisa, e alguém faz uma piada de mau gosto: o comediante acaba sendo culpado como se fosse o delinquente. Mas eu sinto bastante liberdade de fazer minhas piadas. O que acontece é pensar duas vezes na hora de postar um vídeo na internet. No meu show, vai quem gosta do meu trabalho. Na internet, não.
O humor ganha mais importância no momento político que o Brasil vive ou não muda nada?
Porchat: Não ganha mais importância, mas ganha mais matéria-prima.
Rabin: O humor, para mim, ganhou mais importância, com certeza. É aquela coisa de você saber aproveitar o momento de crise para crescer. É isso que eu fiz. Estou acompanhando o que acontece com a política do país, e dá muito pano para manga, tem muita piada para ser feita. O problema é que é muito chato ficar pesquisando política. Mas sou um funcionário do meu público.
Está mais fácil ou mais difícil fazer humor em 2017 do que há 10 anos?
Porchat: Acho que está igual. Fazer humor é sempre difícil, porque você precisa pensar, estudar, não é fazer por fazer. Acho que as pessoas reclamam muito do politicamente correto, mas, de um modo geral, o politicamente correto, quando não censura, quando não proíbe, mas sim critica e aponta, ele faz bem para a arte, pois, no fundo, está fazendo você pensar, não falar aquilo que te vem na cabeça. Antes de falar, você pensa. É muito bom você pensar antes de falar. Nesse sentido, como provocação, acho bom. Claro, se você não se permite a fazer alguma coisa, é perigoso.
Rabin: Acho que está mais difícil, por duas razões. Há 10 anos, eu podia fazer piada com tudo, simplesmente porque eu ainda não tinha feito, todos os temas que estavam liberados na minha cabeça. E eu era bem desconhecido, então, se eu fizesse uma piada pesada, não tinha tanto impacto. Tem que ter mais bom senso hoje em dia. Não é se censurar, é ter mais noção.
MEU PASSADO ME CONDENA
- Sábado, às 21h, em Novo Hamburgo. Teatro Feevale (ERS-239 – Campus II da Feevale). Ingressos com valores entre R$ 60 e R$ 120. Venda sem taxa na bilheteria do teatro hoje, das 9h às 21h, e sábado, das 9h às 13h, e no quiosque Feevale do Bourbon Shopping Novo Hamburgo.
- Domingo, às 18h,em Lajeado. Teatro Univates (Av. Avelino Talini, 171). Ingressos com valores entre R$ 80 e R$ 120. Venda sem taxa na bilheteria do teatro duas horas antes do início do evento.
- Vendas com taxa para as duas apresentações no site Ingresso Rápido.
TÔ VIAJANDO
- Sábado, às 20h, no Teatro da AMRIGS (Av. Ipiranga, 5311). Ingressos a R$ 60 (mediante doação de 1kg de alimento) e R$ 80 (inteiro). Venda nas lojas Multisom Andradas (Rua do Andradas, 1001) e Barra Shopping Sul (Av. Diário de Notícias, 300) ou pelo site eventicket.com.br .