O goleador do Brasileirão cresceu no Higienópolis e jogou no Aimoré e no Cruzeiro antes de ganhar o mundo aos 20 anos. Não passou pela Dupla, embora tenha entrado no radar de Grêmio e Inter a partir do momento em que se tornou conhecido aqui no Brasil.
Isso foi em 2019, quando foi um dos nomes do Atlético-GO na campanha do acesso à Série A e na conquista do Estadual. Foram 14 gols na temporada, sendo cinco deles na reta final da Série B, além de duas assistências. Tudo isso fez o centroavante sair de Goiânia como grande nome da volta à elite.
O que Pedro Raul não imaginava é que, três anos depois, estaria outra vez brilhando em Goiânia. Agora, pelo Goiás. Os dois gols no 2 a 1 no Santos fizeram dele o artilheiro do Brasileirão. São 14 (os mesmos de 2019), um à frente de Cano.
Nesse meio tempo, ele passou pelo Botafogo em 2020, foi vendido para o Kashiwa Reysol, por US$ 2 milhões, no começo de 2021, e voltou ao Brasil para defender o Goiás em 2022. Aos 25 anos (completará 26 em 5 de novembro), o centroavante vive seu melhor momento. A cereja do bolo nem é a artilharia do Brasileirão, mas a citação de Tite, há algumas semanas, como um dos camisas 9 que emergem neste momento no futebol brasileiro.
Começo no Cruzeiro
Pedro Raul passou por São José e Criciúma na base, mas é cria do Cruzeiro. Não chegou a pegar o novo estádio, erguido em Cachoeirinha, mas foi no clube que ganhou projeção. Entre 2015 e agosto de 2017, defendeu o time que, à época, estava instalado no Vieirão, em Gravataí.
A passagem foi marcante. Acabou como goleador do Gauchão Sub-20 em 2015, com nove gols, e repetiu a dose em 2016, com 11 gols. O sucesso na base fez com que ele fosse aproveitado em algumas partidas no time principal. Em 2015, foi campeão da Copa Walmir Louruz. Em 2016, atuou no Gauchão. No ano seguinte, Pedro Raul foi levado para buscar a sorte em Portugal. Pode-se dizer que sua carreira como profissional começou no Vitória de Guimarães.
Atuou pelo time B e jogou duas temporadas na Liga Vitalis, a segunda divisão portuguesa. Foi de lá que veio para o Atlético-GO. Em 2020, o Botafogo buscou-o e fez o seguinte contrato: se atuasse como titular em 60% das partidas, os cariocas teriam de pagar 1,5 milhão de euros por 70% dos direitos. A meta foi batida, e o Botafogo, atolado em dívidas, encontrou como solução vendê-lo ao Kashiwa Reysol no começo de 2021. Era lá que ele estava quando veio para o Goiás, por empréstimo. Seu contrato vai até dezembro de 2023. O Auxerre, da França, e o Nagoya, do Japão, tentaram levá-lo. Ele recusou. Aposta alto na temporada de luxo que faz no Goiás.
NETO DO GOLEIRO
O herdeiro do vô goleiro virou centroavante. Pedro Raul é neto de Picasso, também revelado no Cruzeiro, mas lá em 1960. Era ele um dos jogadores que participaram da segunda excursão do estrelado à Europa, quando o clube conquistou a Copa Intercontinental Torneio de Páscoa, na Alemanha. Em 1963, Picasso foi vendido ao Palmeiras. Passou ainda pelo São Paulo, Bahia, Santa Cruz e Grêmio. No Olímpico, jogou entre 1973 e 1975.
NÚMEROS NO BRASILEIRÃO
23 jogos
14 gols
1 assistência
121 min para participar de gol
52 chutes (27 no gol)
64% chances claras convertidas (9/14)
* SofaScore