O Inter venceu o Bahia por 2 a 0, engatou o oitavo jogo e dois meses sem derrota e já começa a aparecer com força no retrovisor do Flamengo, o último do G-4. Os números são excelentes. Assim como a escalada do time neste Brasileirão de recuperação que faz. Porém, o rendimento está desquitado desses números.Vou ousar dizer que, é bem provável, que não reatem neste 2021.
Isso porque Diego Aguirre adotou neste seu Inter uma ideia pragmática de jogo, de muita marcação, de um meio-campo mais consistente e de aposta ofensiva em individualidades, como Yuri Alberto, Edenilson e, com a volta neste domingo, Taison. A turma segura as pontas atrás, os laterais fecham os lados, Dourado e Lindoso se movem fechando espaços no meio e, assim, se cria o terreno para que as individualidades decidam.
Foi assim contra o Bahia, neste domingo (26). O Inter enfrentava dificuldades, estava sendo acossado pelo adversário e encontrava dificuldades para fazer a transição ofensiva. O bom futebol havia durado sete, oito minutos. Porém, a entrada de Gilberto na frente, no lugar de Rodriguinho, deu agressividade ao time e, mais do que isso, segurou as investidas de Cuesta e Paulo Victor. O gol veio em momento oportuno, em um escanteio de Edenilson e cabeceio de Yuri (olhas as individualidades).
No segundo tempo, o roteiro foi mais ou menos o mesmo. O Bahia havia chegado duas vezes com perigo com Gilberto. Em uma delas, Daniel fez uma defesa espetacular, depois de cabeceio. Cinco minutos depois desse lance, Cuesta fez o cruzamento para o gol de Dourado. A partir daí, o jogo foi totalmente controlado. Tanto que vieram mais duas chances de ampliar e espaço até para apresentar Gustavo Maia ao torcedor.
PV, a aposta
O Inter pagou R$ 6 milhões por metade dos direitos de Paulo Victor. Uma aposta alta para um clube que atravessa 2021 com uma política de austeridade. Porém, bastaram 11 jogos, sendo cinco deles como titular, para mostrar o acerto. PV ainda é um jogador em formação, tanto física como técnica. Está, como se convencionou usar no futebol, em final de maturação. Porém, a cada jogo ele conquista mais um pedaço da lateral-esquerda. No sábado, contra o Atlético-MG, a posição será de Moisés, suspenso contra o Bahia. Mas é uma convicção no Beira-Rio de que a passagem de bastão não tardará. Paulo Victor talvez seja o maior emblema da nova política de contratações do Inter, em que busca, a partir de uma pesquisa aprofundada e amparada em dados, jogadores que ainda não emergiram no mercado.