Mesmo sem a presença de uma chuva mais intensa em Porto Alegre, a região da Avenida Sertório com a Rua Voluntários da Pátria, em direção ao centro de Porto Alegre, voltou a alagar nos últimos dias. Nas duas ocasiões, veículos não puderam acessar o trecho.
Na primeira ocorrência, a via chegou a ficar bloqueada das 22h de segunda-feira (11) até às 7h de terça-feira (12). No início da manhã desta quarta-feira (13), um novo bloqueio de 40 minutos precisou ser realizado até que as equipes contratadas pela Trensurb providenciassem o escoamento da água.
A prefeitura reclama que a responsabilidade pela elevação da água no local é da Trensurb, que não está cuidando como deveria da casa de bombas do trem. Como a estrutura não possui operadores à noite, o acionamento das bombas se dá por meio de boias automáticas usadas.
De acordo com o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), o primeiro alagamento foi ocasionado por um problema em uma boia, que travou e impediu o acionamento das bombas. No segundo episódio, uma das bombas não respondeu à elevação do nível da água. Segundo o Dmae, somente após o acionamento manual do equipamento, feito pelos técnicos do departamento, foi possível fazer o escoamento imediato da água que estava represada na via.
Já a empresa de trens afirma que a administração municipal é que precisa melhorar a limpeza no entorno, pois o lixo tem contribuído para o entupimento dos pontos de coleta d'água. Essa foi a causa do primeiro alagamento, de acordo com a Trensurb.
Na segunda ocorrência, porém, a empresa reconhece que a troca de geradores pode ter ocasionado a retenção de água. A situação foi rapidamente resolvida após a identificação do problema.
Em ambos os casos, a linha do trem não foi alagada. A casa de bomba, que foi afetada pela enchente, está operando com uso de geradores.
A Trensurb contratou uma empresa que está recuperando os equipamentos atingidos. A promessa é que a capacidade de drenar a água no local, que fica abaixo do nível do Rio Jacuí, será ampliada.
Nas duas oportunidades, o prefeito Sebastião Melo reclamou em rede social sobre o problema. Ele informou que está solicitando uma reunião com o presidente da Trensurb. Nazur Garcia confirmou o pedido e destacou que a conversa será realizada.
- Ter cooperação com a prefeitura não é nenhum problema para nós. Só precisamos ajustar isso - destacou Garcia.
A prefeitura ingressou na Justiça, pedindo que a casa de bombas da Trensurb seja operada pelo Dmae. O pedido foi negado.
Atendendo a um ofício enviado pela presidência da Trensurb, o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) fará, nesta quarta-feira (13), uma vistoria no entorno da casa de bombas. O objetivo é identificar a necessidade de se definir um cronograma a remoção de focos de lixo. Segundo a prefeitura, a região já é atendida diariamente pelas equipes do DMLU.