A maior facção do crime organizado dos presídios brasileiros, o Primeiro Comando da Capital (PCC), é por enquanto a única suspeita de ter realizado o maior assalto da história do Paraguai. O ataque contra a sede da Prosegur em Ciudad del Este, realizado nesta madrugada, deixou um morto e resultou no roubo de cerca de US$ 40 milhões (mais de R$ 120 milhões).
Leia mais:
Roubo foi feito por brasileiros, dizem promotores do Paraguai
Assaltantes roubam US$ 40 milhões de transportadora no Paraguai
A suspeita é corroborada por policiais federais paranaenses que investigam o caso, já que o megaroubo aconteceu na fronteira paraguaia com a cidade paranaense de Foz do Iguaçu e, também, porque alguns dos criminosos falavam português - segundo testemunhos. Os antecedentes também apontam para o PCC. É que a facção paulista é hoje dominante nas cadeias paranaenses, em Mato Grosso do Sul e também controla parte do sistema penitenciário paraguaio. Um dos sócios do PCC no Paraguai é Jarvis Pavão, megatraficante que atua nos dois lados da fronteira, preso em Assunção.
Outro indicador é que são ligados ao PCC os responsáveis por três assaltos idênticos realizados contra transportadoras de valores, em território paulista, em 2016: contra a sede da Protege em Campinas (março), contra a Prosegur em Campinas (abril) e contra a Prosegur em Santos (julho).
No total, os bandidos levaram R$ 138 milhões nesses roubos, iguais ao do Paraguai: carros roubados e incendiados para tumultuar, dezenas de ladrões armados de fuzis, ataque a unidades policiais, corte de comunicações. Os criminosos alugaram casas nas cidades onde realizaram os ataques, e carros blindados foram usados na fuga. Assim como em Ciudad del Este.
O PCC também estaria por trás de um túnel que foi cavado para furtar milhões da Prosegur em Ciudad del Este, em 2014. O golpe falhou e seis foram presos, incluindo um brasileiro.Um dos suspeitos de organizar todos esses assaltos é Luciano Castro de Almeida, o Zequinha, assaltante paulista ligado ao PCC, condenado e foragido desde 2002. As polícias Civil e Federal do Paraná e de São Paulo estão mobilizadas para ajudar no caso do assalto no Paraguai.