Em dia de aniversário da Lava-Jato, a operação desencadeada pela Polícia Federal foi outra. A Carne Fraca atinge em cheio alguns dos frigoríficos do país. Ela começou com um fiscal que não aceitou ser removido de cidade ao descumprir ordens para "fechar o olho" durante uma inspeção sanitária.
Uma rede de fiscais corruptos permitia a emissão de certificados de sanidade animal para produtos vencidos e de má qualidade, afirma a PF. Entre os indícios encontrados estão carne moída com papelão – o guisado-papel, dá para acreditar? É uma ação, portanto, totalmente voltada para a sanidade dos alimentos. As ordens de prisão foram autorizadas pelo juiz Marcos Josegrey, da 14ª Vara Federal de Curitiba, o mesmo que autorizou a prisão dos 16 jovens presos por planejar atentados terroristas no Brasil, ano passado.
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Alguma coincidência com a aniversariante do dia, a Operação Lava-Jato? Sim. Um dos frigoríficos investigados por pagar propina pela emissão dos certificados de sanidade animal é a JBS, gigante do setor. Pois a JBS é mencionado por vários investigados da Lava-Jato como importante contribuidor de doações a políticos que, por sua vez, também são investigados.
O próprio dono da JBS, Wesley Batista, sofreu busca e apreensão numa etapa da Lava-Jato, a Sepsis, em julho de 2016. Ele teria pago subornos na captação de recursos do FGTS para ampliar uma planta de celulose ligada à holding do grupo. Só que até hoje o frigorífico JBS em si não foi foi alvo da Lava-Jato, apenas mencionado, conforme informam a Zero Hora. Até hoje...