Há pelo menos duas boas notícias vindas do indicador criado para medir a adoção de práticas ambientais, sociais e de governança (representadas pela sigla, em inglês, ESG) no setor produtivo. É o que avalia Marcelo Pimenta, líder de agronegócio da Serasa Experian, frente aos resultados do Serada Score ESG no Agro. A primeira delas é o fato de se ter um “método para medir o grau de aderência às práticas”. A segunda, vem dos resultados. No universo pesquisado — uma fatia de 10% de 1,6 milhões de produtores que tomaram ou buscaram crédito em 2022 no país — 99% tiveram uma pontuação superior a 600. O que os faz serem classificados como de baixo risco.
— É a primeira vez que a gente tem um estudo robusto que quantifica isso. E 99% cumprem a legislação socioambiental — reforça Pimenta.
A análise foi feita sobre pessoas físicas (CPF) e surge como uma ferramenta para cumprir determinação do Banco Central (Bacen) de que seja feita avaliação do ESG. A obrigatoriedade começa pelas maiores, mas se estenderá a todas as instituições financeiras.
Coordenador do DataLab Serasa Experian, Gabriel Fontes explica que os critérios usados no cálculo do score se referem tanto questões entendidas como importantes pelos reguladores e questões que são padrões da indústria. Entre as métricas fundamentais estão embargos emitidos por instituições fiscalizadoras, presença em lista de trabalho escravo e infrações.
— Além disso, levamos em consideração questões tributárias e trabalhistas — explica Fontes.
Mais do que uma exigência, Pimenta entende que a ferramenta tem o potencial de proteger produtores, à medida que permite a avaliação de fornecedores em relação ao ESG:
— Será possível combinar avaliações de risco de crédito com as de risco sociambiental.