Os produtores de flores do Rio Grande do Sul chegam ao 12 de junho, Dia dos Namorados, com a expectativa de que a paixão possa ajudar a reduzir os impactos negativos sentidos pelo setor na pandemia. Sobretudo na categoria de corte, que inclui as rosas, com queda drástica de vendas para empresas e eventos, suspensos no período. No ano, o recuo é estimado em 50%.
No Dia das Mães, foi possível retomar um pouco do terreno perdido, observa Valdecir Ferreira, presidente da Associação Rio-Grandense de Floricultura (Aflori). A recuperação favoreceu as plantas de vaso. Ainda assim, o resultado foi 20% menor do que o habitual:
– A pandemia mudou a forma de consumo. Se vende mais flor para o pessoal arrumar o jardim. As de corte, usadas em evento, tiveram queda. E criou-se uma instabilidade. Sempre se usa um ano para programar o seguinte.
Com medo de não vender, produtores seguraram o cultivo de plantas de ciclo curto. Para as de ciclo longo, a reorganização não tem efeito imediato.
– Há situações em que falta produto e, outras, em que sobra – explica o presidente da Aflori.
Nas flores de corte, o resultado de 2020 segue reduzido à metade. Paradoxalmente, algumas variedades de rosa, como a vermelha, preferida dos namorados, poderão faltar. É reflexo do cancelamento de compras de outros mercados – o Estado produz entre 30% e 40% do que é consumido.