A porteira fechada e o cartaz colocado na entrada da Aldeia do Cantagalo, em Viamão, são sinais claros de que os indígenas também tentam manter o coronavírus longe do seu espaço. Com o advento da doença, medidas como isolamento e cancelamento das aulas nas escolas das três aldeias do município tiveram de ser adotadas. Mas as ações de proteção também dificultam a manutenção de atividades de subsistência, como o artesanato. Situação semelhante em áreas quilombolas e de pescadores.
Movidos pela solidariedade, integrantes do escritório local da Emater, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFRS) e da Cooperativa dos Produtores Orgânicos da Reforma Agrária de Viamão (Coperav) criaram comitê para angariar recursos para doações a essas comunidades.
– Eles vivem em locais isolados e, com as pessoas deixando de sair de casa, os índios não conseguem vender artesanato, os pescadores o peixe – explica o agrônomo Gladimir Ramos de Souza, extensionista da Emater.
As doações foram, na maioria, de alimentos. Mas também há necessidade de itens de higiene. As entregas são programadas para evitar idas e vindas. Também há espaço lições de educação sanitária. Informações em (51) 99399-1992.
Doações da indústria
A indústria de laticínios do Estado também está engajada em ações solidárias. O Grupo Tangará, com unidade em Estrela, doou 500 quilos de composto lácteo para a Fundação Vovolândia São Pedro. Também em Estrela, a Latvida fornecerá leite para suprir a demanda do hospital local por 30 dias.
A Laticínio Stefanello entregará 70 mil unidades de queijo mussarela, 30 mil de parmesão ralado e 50 mil de requeijão para a Associação Hospitalar São José, com sede em Rodeio Bonito. Já a CCGL aportará R$ 250 mil para compra de insumos para hospitais em Rio Grande e Cruz Alta e de cestas básicas para famílias carentes.