A passagem do então candidato Jair Bolsonaro (PSL) pelo parque Assis Brasil, em Esteio, durante a última Expointer, foi um claro retrato do apoio cultivado no agronegócio. Cinco presidenciáveis passaram por lá, mas nenhum teve a recepção do militar da reserva.
O segmento foi um dos primeiros a endossar a candidatura de Bolsonaro. E à medida que a eleição se aproximava, esse suporte ficava ainda mais evidente.
– Na Expointer, o produtor acolheu o Bolsonaro e realmente manifestou qual era o seu lado – diz Gedeão Pereira, presidente da Federação da Agricultura do Estado.
Na mesma direção, a Frente Parlamentar da Agropecuária viria a se posicionar a favor do candidato do PSL, ainda no primeiro turno. E o nome de sua presidente, Tereza Cristina (DEM-MS), aparece como uma das apostas para o Ministério da Agricultura.
Um dos pontos nevrálgicos da identificação com Bolsonaro é a defesa da propriedade privada.
– Falou das garantias ao direito de propriedade e em diminuir o tamanho do Estado, que é o que colocamos – diz Gedeão, sobre o discurso da vitória.
Ex-ministro da Agricultura e presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal, Francisco Turra avalia que Bolsonaro abriu caminho para ouvir as lideranças do setor:
– Foi fundamental também o apoio da bancada ruralista. Até porque, pairava a dúvida se ele teria apoio no Congresso.