Com uma liminar em mãos — temporariamente suspensa diga-se de passagem —, a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) deposita suas esperanças no Supremo Tribunal (STF) para colocar um ponto final no impasse criado pela tabela de fretes. Na quarta-feira, dia 20, será realizada audiência de instrução do processo, depois que a Advocacia-Geral da União (AGU) solicitou — e o ministro Luiz Fux atendeu — a suspensão das ações que contestam a resolução da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) com os valores mínimos. O entendimento é o de que cabe à Corte decidir sobre esse assunto. E colocar os processos de molho enquanto isso não ocorre é uma forma de evitar decisões conflitantes na Justiça.
Luiz Cornacchioni, diretor-executivo da Abag acredita que a paralisação que atinge os setores produtivos seja resolvida a partir da avaliação do STF sobre a constitucionalidade ou não da medida provisória que estabeleceu a tabela de frete. Ele entende que a movimentação das entidades com ações foi muito importante, por que está motivando o judiciário a tomar uma decisão sobre esse assunto.
Segundo a Associação das Empresas Cerealistas do Rio Grande do Sul (Acergs), a situação é cada dia mais grave. O mercado de grãos segue parando, fazendo o setor acumular prejuízos. O presidente da entidade, Vicente Barbiero, diz que é difícil chegar a uma cifra exata das perdas, mas garante que o quadro vem se deteriorando.
— Passou a ser um problema socioeconômico. A sociedade acaba sendo impactada de maneira muito forte, sob o ponto de vista de aumento de custos, de crescimento de preços — avalia Cornacchioni.
Se tudo der certo e o STF de fato decidir sobre a questão, resolvendo o problema nesta semana, ainda assim, terão se passado quase 30 dias desde o início da greve. Durante e depois dela, o ritmo ficou fora do normal.