Os novos tempos de aperto econômico vêm ditando o perfil do crédito rural. Dos R$ 4,71 bilhões liberados pelo Sicredi no Rio Grande do Sul para o setor rural em 2016, o custeio respondeu por 74,38%. Enquanto os recursos para financiar as lavouras cresceram e devem se manter em alta, as linhas para investimentos estão em retração.
– Houve menos demanda para investimentos, enquanto custeio continuou normal, até porque o custo da lavoura cresceu. Fertilizantes e outros insumos tiveram aumento de preço – explica Gerson Seefeld, diretor-executivo da Central Sicredi Sul.
Outro fator, lembrado pelo executivo, é que hoje a frota de máquinas e implementos agrícolas está melhor do que há sete, oito anos:
– É uma acomodação do mercado, o produtor tem sido mais cauteloso e planejado melhor.
Mas nem o momento adverso da economia abalou o desempenho do Sicredi. A carteira rural – que responde por 40% dos negócios – teve aumento de 11,39% no valor liberado. Uma das estratégias é a pulverização nos financiamentos: em 2016, foram 107.320 contratos, ante com média deR$ 43,91 mil por operação. E a inadimplência fechou o ano em 0,39%, índice bem abaixo do 1,5% da média do país para crédito rural, conforme dado mais recente do Banco Central.
Neste ano, outro objetivo é fomentar a poupança, o que é favorável ao setor primário, já que a maioria dos recursos em 2016 foram destinados à produção agropecuária.