Se foi com a soja que o novo ministro da Agricultura, Blairo Maggi, ganhou notoriedade mundial, é na terra do arroz que ele fará nesta quinta-feira a primeira visita oficial ao Rio Grande do Sul após assumir o cargo. Quando aceitou o convite para participar da abertura da 19ª Feira Nacional do Arroz (Fenarroz), em Cachoeira do Sul, Maggi disse que gostaria de conhecer uma lavoura do cereal.
Para satisfazer o desejo do novo ministro, nascido em Torres, organizadores da feira tentarão levá-lo a uma plantação que ainda não teve o grão colhido. A tarefa não será fácil, levando em conta o tempo que Blaggi ficará em Cachoeira do Sul, em torno de cinco horas, e a quantidade de pessoas e delegações que tentarão conversar com ele. Representantes das principais entidades do setor estão com reivindicações prontas para entregar nas mãos do ministro.
Entre as demandas mais urgentes está o pedido de prorrogação das parcelas de crédito para custeio e investimento aos produtores atingidos por excesso de chuva. Nas lavouras de arroz, os prejuízos calculados passam de R$ 1,3 bilhão, com a quebra de 16% da produção.
Ainda na semana passada, parlamentares da bancada gaúcha encaminharam o pleito ao Ministério da Agricultura, na esperança de que alguma medida fosse anunciada na própria feira. Até quarta-feira à noite, não havia nada acertado.
Com anúncio ou sem anúncio, a presença de um ministro da Agricultura na Fenarroz é comemorada após 18 anos. O último a participar da feira foi Francisco Turra, em 1998. Embora ainda ostente o título de Capital Nacional do Arroz, mesmo após ter reduzido a área plantada para 30 mil hectares, Cachoeira do Sul é hoje o segundo município gaúcho com a maior extensão de soja – a cada ano mais próximo da liderança.
– O ministro estará em casa aqui, soja é o que não falta, embora a nossa história com arroz continue forte – disse o presidente da 19ª Fenarroz, Luís Alberto Silva.