Dono de farmácias, laboratório e distribuidora de medicamentos, o Grupo Panvel registrou lucro líquido de R$ 37,3 milhões no terceiro trimestre, alta de 36,9% sobre o mesmo período do ano passado. O resultado vem bem, depois do trimestre impactado pela enchente, que também influenciou os negócios da empresa, que tem sede em Eldorado do Sul, município duramente atingido. Abaixo, confira trecho da entrevista do programa Acerto de Contas, da Rádio Gaúcha, com o diretor de Relações com Investidores, Antônio Napp, e assista à íntegra acima.
Mesmo que a enchente tenha adiado, a empresa manteve o plano de abertura de lojas. Como está o andamento dele?
De fato, atrasou o cronograma, mas, na última oportunidade em que conversamos, reafirmamos o compromisso de abrir lojas em 2024 e estamos firmes. No terceiro trimestre, foram 14, um número bem expressivo. Vamos abrir no quarto trimestre cerca de 26 lojas. O terceiro trimestre foi muito bom em vendas, em resultado. A assertividade da nossa expansão ajuda a obter resultados superiores.
As aberturas se concentram em quais Estados?
Bem espalhadas nos três da Região Sul. Cerca de metade foi no Rio Grande do Sul, mas abrimos bastante em Santa Catarina, no Paraná e também em São Paulo capital. Para 2025, estamos construindo esse "pipeline" (espécie de planejamento), mas devemos abrir pelo menos mais 60 lojas, ampliando a participação de Santa Catarina e do Paraná, além de algumas também em São Paulo, capital. Em Porto Alegre, Curitiba e Florianópolis, nosso movimento é mais de troca de ponto. Você fecha um mais antigo e abre um novo, com melhores condições de atender o cliente. A grande expansão realmente se dá para o Interior. Atuamos em cerca de 150 municípios e estamos expandindo esse número de praças a cada ano. A Panvel está em quase 97% dos municípios do Sul com mais de 200 mil habitantes. Estamos em cidades importantes, onde ainda tem espaço, sem sombra de dúvida, mas começamos a dar atenção às cidades menores, que têm um mercado gigantesco.
Como está a venda online, em um canal que tem forte concorrência de outras farmácias?
Segue muito forte, um pilar de diferenciação. Nosso online bateu recorde no terceiro trimestre, 21% de toda a venda da Panvel é por ele. Ninguém tem esse percentual. O cliente olha o aplicativo, o site, a nossa capacidade de entrega. A expansão das lojas conversa com o digital, porque o cliente quer entrega rápida e, para isso, precisamos estar fisicamente perto dele. Então, a loja acaba sendo fundamental dessa estratégia. Temos muito para crescer ainda. Imaginamos que, no ano que vem, essa participação chegue próximo de 25%.
A inflação e o juro altos impactam o grupo?
A primeira coisa é termos cuidado com caixa. A Panvel segue com nível de endividamento muito baixo. Isso é fundamental no varejo, que precisa investir muito em loja, em estoque. Isso consome muito caixa. Sempre fomos muito conservadores, cuidadosos, temos uma dívida baixa. Por consequência, um juro baixo. Isso vira um diferencial competitivo em relação aos nossos concorrentes e nos dá fôlego para crescer. Observamos com atenção os efeitos inflacionários, que afeta a todos, mas não é um risco alto para nós. Um setor indexado, como o varejo de medicamentos, tem uma vantagem. E é resiliente, de primeira necessidade.
Como está o planejamento para a nova fábrica do Lifar?
Retomamos 100% da nossa produção na fábrica atual, que fica no 4º Distrito. Para a nova, ainda estamos estudando as possibilidades. Torcemos para que o governo siga trabalhando para ajudar toda a comunidade a se proteger na Região Metropolitana. Da fábrica do Lifar, sai um terço de todos os produtos.
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Assista também ao programa Pílulas de Negócios, da coluna Acerto de Contas. Episódio desta semana: nova escola de R$ 35 milhões, expansão de atacarejo familiar e futuro do IPA e do Americano
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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