Após ter noticiado que o Hospital Moinhos de Vento tinha nos planos de 2021 o lançamento de uma faculdade de Medicina, a coluna foi procurada pelo Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers), que disse estranhar a intenção da instituição se saúde. Vice-presidente da entidade, Eduardo Neubarth Trindade citou dois pontos, essencialmente. Um deles trata de uma portaria de 2018 do Ministério da Educação (MEC) que suspende os pedidos de aumento de vagas e de autorização de novos cursos de graduação em Medicina.
- As solicitações estão suspensas por cinco anos, ou seja, até 2023.
Na mesma linha, o vice-presidente do Cremers usa dados do Conselho Federal de Medicina (CFM) para argumentar que já há médicos suficientes para a necessidade da população. Segundo Trindade, o estudo aponta que a proporção de médicos por habitantes no Brasil se aproxima de índices dos Estados Unidos (2,6), Canadá (2,7) e Reino Unido (2,8).
- No Rio Grande do Sul, o número sobe para 2,89 a cada mil habitantes. Porto Alegre está entre as três capitais do país com as maiores concentrações de médicos, com 9,94 médicos por mil habitantes. A abertura de mais um curso de Medicina em nada contribuiria para resolver a crise estrutural da saúde no Brasil e, sim, colocaria no mercado um número ainda maior de profissionais, aviltando ainda mais as condições de trabalho dos médicos.
Sobre os questionamentos do Cremers em relação à informação, o Hospital Moinhos de Vento mandou a seguinte nota:
"O Hospital Moinhos de Vento confirma a sua intenção de criar mais cursos na área da saúde, como foi noticiado na coluna Acerto de Contas. A instituição destaca que respeita todas as normas legais vigentes e as etapas regulatórias previstas pelo Ministério da Saúde e da Educação. Manifesta, ainda o desejo de compartilhar a expertise de mais de nove décadas para qualificar a formação de profissionais de saúde em nosso país, tendo como referência internacional a parceria com a Johns Hopkins Medicine."
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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