Após ter vendido a termelétrica de Uruguaiana, a AES apostará na energia solar e na eólica no Rio Grande do Sul. Isso já vinha sendo desenhado, como a coluna noticiou ainda em 2019, quando a empresa anunciou um investimento de R$ 17 milhões para construir um parque de energia solar no sudoeste gaúcho. Há ainda um outro projeto fotovoltaico para 2020 no Rio Grande do Sul e um eólico, com geração de energia a partir do vento, previsto para 2021.
As informações foram dadas por Italo Freitas, CEO da AES, em reunião realizada à noite passada. O encontro tinha como objetivo discutir o futuro da usina termelétrica de Uruguaiana. A operação foi vendida na semana passada pela norte-americana AES para a argentina Saesa, por um valor não divulgado. A aquisição foi antecipada pela coluna ainda na quinta-feira (3), relembre: Usina termelétrica do RS é vendida para empresa argentina
Por parte do CEO da Saesa, Juan Bosch, foi dada uma previsão de fevereiro ou março para a retoma das atividades e produção de gás em Uruguaiana. A intenção era até retomar antes, mas a pandemia adiou o plano, informam o presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Reativação da Termo Uruguaiana, deputado estadual Frederico Antunes, e o coordenador da Comissão do Mercosul e Assuntos Internacionais da Assembleia Legislativa, Cristiano Guerra. O executivo disse que já tem acordado o fornecimento de gás para a usina. Além deles, o governador Eduardo Leite também participou do encontro.
A Saesa Solución Energética atua na área de gás e energia elétrica na Argentina, o que reforça a percepção de retomada. A termelétrica AES Uruguaiana foi inaugurada em 2000, mas, para funcionar, a norte-americana AES enfrentava a dificuldade de fornecimento de gás vindo da Argentina. A situação sempre envolveu dificuldades de negociação entre os governos e também problemas internos de abastecimento de gás no país vizinho, por mais que, periodicamente, a usina gaúcha recebesse autorizações para importação.
Desde 2009, foi retomada a geração de energia apenas em três momentos, de forma emergencial e temporária. No entanto, a estrutura seguia exigindo gastos com manutenção e conservação em torno de R$ 10 milhões por ano.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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