O cacique José Acácio Serere Xavante foi preso em Brasília no dia 12 de dezembro de 2022. A Polícia Federal estava cumprindo mandado de prisão temporária solicitada dois dias antes pela vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, que viu nas críticas de Serere ao processo eleitoral e a ministros do STF possível violação ao artigo 286 do Código Penal ("incitação ao crime"). O cacique prestou um longo depoimento à PF e, com base nas informações coletadas, a vice-procuradora entendeu que ele deveria ser solto para responder ao processo em liberdade. Em qualquer país civilizado, submetido ao império da lei e do direito, e com uma democracia protegida de tentações tirânicas, tudo teria seguido exatamente este roteiro. Mas estamos no Brasil, o país que caiu quatro posições no Democracy Index, elaborado pela The Economist Intelligence Unit. Não é difícil entender por que passamos a figurar neste ranking num discreto 51º lugar, atrás de países como Cabo Verde e Timor Leste. Figuras como Alexandre de Moraes, ministro do STF que se tornou o carrasco do ordenamento constitucional brasileiro, explicam.
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Infâmia (II)
O cacique José Acácio Serere Xavante está ficando cego, diz seu advogado. O Brasil também
Eugênio Esber