Não quero me tornar repetitivo, mas tem sido inevitável. Tenho insistido na crítica sobre os critérios do VAR em 2022. A CBF quer que o recurso faça menos intervenções nas partidas por entender que isso traz benefício ao jogo. Considero a orientação equivocada.
O árbitro de vídeo não se torna melhor por interferir pouco. O recurso é efetivo quando interfere certo.
De nada adianta o recurso eletrônico parar menos o jogo se a consequência disso for engolir "pequenos erros". Quando há um equívoco no campo, o juiz de vídeo tem a obrigação de atuar.
O empate entre Grêmio e Sport, nesta segunda-feira (13), pela Série B, teve um lance que ilustra isso. Já no segundo tempo, o atacante Biel foi atingido no rosto por uma cotovelada de Ezequiel.
O árbitro Wilton Pereira Sampaio estava perto da jogada. Marcou a falta e mostrou amarelo para o jogador do Sport. Não consigo entender a jogada como consequência de disputa ou mera tentativa de proteção.
Quem quer se proteger não levanta o cotovelo acima da linha do ombro. Ezequiel teve a clara noção da aproximação e da presença do adversário. Ele leva o cotovelo e, com um movimento adicional, acerta o rosto do atacante gremista.
Até entenderia o amarelo se o contato fosse da mão com o rosto, mas foi uma cotovelada. Entendo que o lance gera a necessidade de interferência. Não é o primeiro caso e não será o último. Muitos pequenos erros têm sido aceitos pelos árbitros de vídeo em todas as rodadas das Séries A e B. Isso porque essa é a orientação. E assim caminha a arbitragem.
Por isso, minha crítica não é especificamente ao trabalho de Wilton Sampaio ou do árbitro de vídeo Émerson de Almeida Ferreira. Entendo que a orientação da CBF deva ser melhor avaliada para que "pequenos" erros não sejam rotina.