Procurei outra forma de descrever o episódio, mas é impossível. O atacante Leandro Fernández recebeu uma "encoxada" do adversário. Foi isso mesmo que aconteceu antes da reação do atacante de dar uma cotovelada e receber cartão vermelho direto no empate em 0 a 0 do Inter contra o América de Cali, nessa terça-feira (29), pela Libertadores.
Há dois erros neste episódio. O primeiro é a atitude ridícula do jogador do América de Cali. Esse é o tipo de catimba que cada vez mais será coisa do passado com a presença do VAR. O problema é que a fase de grupos da competição sul-americana não tem a utilização do recurso. O segundo equívoco é a reação do atacante colorado, que ocorreu quase na frente do juiz.
A cena não deixa dúvidas de que foi uma "encoxada" ensaiada. Havia a objetivo de provocação contra Fernández, que já estava amarelado.
A prova disso é que há outros três jogadores do América de Cali próximo ao lance, que já se aproximam sabendo o que vai acontecer. Eles levantam o braço imediatamente após o revide protestando contra a arbitragem.
Leandro Fernández foi ingênuo. A reação a dois metros do juiz e no campo de visão do bandeira foi quase um pedido para ser expulso.
Mesmo que a decisão não fosse pelo vermelho direto, o amarelo recebido por ele cinco minutos antes representava a garantia de ir para a rua mais cedo por conta daquele gesto. O árbitro não viu a "encoxada", caso contrário poderia ter expulsado os dois.
Até para buscar uma comparação, esse episódio remete ao que ocorreu na Copa América de 2015 no jogo entre Uruguai e Chile quando Jara deu uma dedada em Cavani. Naquela oportunidade, Cavani reagiu e foi expulso pelo árbitro Sandro Meira Ricci. O jogador Chileno não foi, mas depois recebeu punição da Conmebol por conta da agressão por três jogos.
Por isso, não descarto que a entidade sul-americana possa aplicar alguma pena no jogador do América de Cali.