Colunista de ZH, apresentador dos programas Pré-Jornada e Show dos Esportes, e produtor da Rádio Gaúcha. Comentarista de arbitragem e árbitro formado pela Federação Gaúcha de Futebol, em 2012. Jornalista e mestre em Comunicação pela Unisinos.

Uso do VAR

Entenda a diferença entre o gol anulado do Flamengo e o pênalti reclamado pelo Grêmio

Comparar lances ocorridos nos jogos da dupla Gre-Nal é um erro grave 

Diori Vasconcelos

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Félix Zucco / Agencia RBS
Lance no Beira-Rio teve interferência do VAR

Lances de mão na bola e bola na mão ganharam novos elementos de análise com as mudanças nas regras do futebol que estão valendo desde a primeira rodada do Brasileirão. O principal deles é a distinção de situações de ataque e defesa. Isso faz com que seja um erro grave a tentativa de comparação entre o gol anulado do Flamengo contra o Inter e o pênalti reclamado pelo Grêmio contra o Avaí. É fácil de explicar a diferença.

A regra diz que sempre devem ser consideradas irregulares as situações de toque de mão ou braço na bola de um atleta da equipe atacante para a marcação de um gol, ainda que o lance seja involuntário. Isso também vale para jogadas anteriores ao momento da finalização. Foi justamente o que ocorreu no gol bem anulado do Flamengo contra o Inter. A bola tocou no cotovelo de Rhodolfo e o VAR agiu corretamente ao interferir na decisão do juiz principal, que não tinha percebido a infração. Como não cabe interpretação para essas questões de ataque, o árbitro sequer precisou olhar o monitor à beira do gramado.

Por outro lado, lances de defesa ainda precisam ser avaliados caso a caso. Nem sempre será pênalti quando a bola bater no braço ou na mão de um jogador defensor dentro da grande área. Há situações que seguem sendo consideradas normais e não podem ser tratadas como infração. Um bom exemplo foi o pênalti reclamado pelo Grêmio contra o Avaí. O árbitro acertou na decisão tomada dentro de campo.

Isso porque depois da cobrança de falta de Montoya, o goleiro Vladimir deu um soco e a bola bateu no braço do volante André Moritz dentro da área de maneira acidental. A proximidade entre os dois jogadores do time catarinense e o fato de que o braço está em posição natural são elementos que precisam ser considerados. Não há tempo para que Moritz possa reagir na tentativa de tirar o braço e evitar o contato, embora ele tenha tentado.

Além disso, o goleiro deu um soco na bola para fora da grande área. Ele tinha o objetivo de afastar a jogada para uma zona distante do gol. Qual seria a vantagem do volante do Avaí ao "colocar" o braço na bola? Nenhuma. O VAR não interferiu porque entendeu que a jogada era interpretativa e não havia elementos para questionar a decisão do juiz principal.

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