O pênalti marcado no campo pelo árbitro Rodolpho Toski Marques e desmarcado com o auxílio do VAR causou muita polêmica no empate sem gols entre Santos x Inter, neste domingo (26). Embora tenha a opinião de que decisão final de desmarcar a infração foi correta, reconheço que não foi um lance simples de ser interpretado. Por conta disso, trago duas verdades sobre a disputa envolvendo Rodrygo e Víctor Cuesta.
A primeira delas é que respeito totalmente a marcação do campo. Se estivesse no lugar do árbitro, teria feito a mesma coisa. Apitaria o pênalti contra o Inter sem titubear. Na velocidade do jogo e, principalmente, no ângulo em que o juiz estava, não havia outra coisa a se fazer.
A segunda verdade é de que respeito ainda mais a interferência do VAR, que ocorreu de maneira muito correta. O vídeo não deixa dúvida. Na situação do árbitro de vídeo, eu teria feito a mesmíssima coisa. Teria considerado o pênalti inexistente e recomendaria a revisão do juiz principal à beira do gramado.
A explicação é simples. Enquanto Cuesta recolhe perna esquerda depois de colocar o pé direito como apoio no gramado, Rodrygo percebe que não vai alcançar a bola e busca o contato com o defensor. Ou seja, o atacante desiste de correr para a frente e abre a passada para o lado para esbarrar no adversário e forçar a infração. Perceber isso no campo seria quase impossível. O VAR salvou o juiz.
O atitude Rodrygo se resume na entrevista concedida ao repórter Marco Aurélio Souza, da TV Globo, ao final da partida.
— É um lance difícil de falar. Acho que eu não iria pegar a bola. Eu tentei esperar o contato, só que ele já me toca. É uma decisão difícil. Não dá nem para reclamar por não ter dado e, se ele desse, não seria uma coisa fora do normal — disse o atacante do Santos.
Coloquei as palavras de Rodrygo no Tradutor do Apitômetro e o que ele disse ficou assim: "Vi que não pegaria a bola e procurei o contato para simular. Como ele me tocou, o árbitro poderia marcar porque teve contato, mas posso reclamar por não ter marcado, pois tentei simular".
E só para não dizer que não citei, o gol de Guilherme Parede foi anulado corretamente. O impedimento de Guerrero no começo da jogada foi claríssimo.
*O Tradutor do Apitômetro é uma criação desta coluna e algo meramente ilustrativo.