Um domingo de Gre-Nal nunca será um dia normal, e o 17 de março de 2019 entra para a história do futebol do Rio Grande do Sul. Não faltaram polêmicas dentro e fora de campo. Não faltaram mistérios dentro e fora de campo. Não faltaram surpresas dentro e fora de campo. O Gre-Nal 418 foi daqueles clássicos cheios de fatos inusitados. Por isso, trago 18 verdades que marcaram o confronto entre Grêmio e Inter pela 10ª rodada do Gauchão. Elaborei uma lista que fala sobre arbitragem, VAR e outros fatos que marcaram o maior clássico do Brasil:
1. A principal decisão da arbitragem foi acertada. A expulsão de Nonato foi indiscutível.
2. Na falta cometida antes da expulsão, Nonato já havia corrido risco de ir para a rua mais cedo. Não pela falta em si, mas pela reação posterior. Com Matheus Henrique caído no gramado, o volante do Inter foi cima, cutucou o jogador gremista e fez algum tipo de protesto pela forma como ele caiu no gramado. Quem já tem amarelo não pode ter esse tipo de reação.
3) A postura das equipes reservas de Grêmio e Inter surpreendeu. O árbitro Anderson Daronco teve trabalho para acalmar os ânimos, especialmente no primeiro tempo.
4) Alguns jogadores do Inter não entenderam bem o uso do VAR. Foi perceptível que Rithely abordava a arbitragem a todo momento questionando se infrações, que nem estão no protocolo, estavam sendo checadas pelo juiz.
5) Outro exemplo sobre a falta de entendimento do uso do VAR foi a manifestação de Rodrigo Lindoso após a partida. Ele reclamou que o assistente Rafael da Silva Alves assinalou impedimento de Uendel e não deixou o último lance seguir. A manifestação deixou claro que Lindoso não entendeu a orientação passada. Os bandeiras não devem interromper jogadas que sejam muito ajustados quando há a possibilidade real de gol. No lance do final do Gre-Nal 418, Uendel estava dois metros adiantado. Não era o caso.
6) Não são só os jogadores que têm dúvida sobre o VAR. O Gre-Nal 418 provou que todos ainda têm muito a aprender. Vale para torcedores, imprensa e até mesmo para os árbitros de um modo geral. A fase é de adaptação e será preciso muita paciência em 2019.
7) Além do gol marcado pelo Grêmio, que foi checado por obrigação de protocolo, outras duas situações foram observadas pelo VAR, ambas no segundo tempo. A primeira foi a falta cometida por Marcelo Oliveira, aos seis minutos. O zagueiro gremista atropela o atacante Guilherme Parede quase no limite da grande área. O árbitro de vídeo olhou o lance para verificar o local da infração e descartou o pênalti. A outra foi depois da trombada entre Juninho Capixaba e Uendel dentro da área do Inter, aos 15 minutos. O VAR também concluiu que a decisão tomada no campo foi a melhor possível.
8) O clássico entra para a história como o Gre-Nal do medo. Como não valia nada para efeito de classificação, ninguém quis arriscar os titulares. Cada um com seus motivos.
9) O Gre-Nal 418 coloca um fim nos discursos de que o clássico é um jogo normal como qualquer outro, vale os mesmos três pontos e blablablá. O Gre-Nal é sempre um campeonato à parte.
10) Ninguém nunca poderá dizer que já viu de tudo em Gre-Nal. O próximo sempre terá a capacidade de apresentar algo novo e surpreendente.
11) Pelo andamento da partida e a postura das equipes, o Gre-Nal teve um time que jogou para ganhar de pouco contra outro que jogou para perder de pouco. Ninguém fez força suficiente para mudar isso. O placar de 1 a 0 favorável ao Grêmio resume bem.
12) O Gre-Nal dos reservas foi decidido por um gol marcado pelo único titular que começou jogando.
13) Com mais uma boa atuação, Paulo Miranda é o melhor zagueiro do Grêmio em 2019. Geromel e Kannemann são os titulares e enfrentaram adversários na Libertadores, mas nenhum deles demonstra a mesma regularidade do reserva nos primeiros três meses da temporada.
14) Matheus Henrique aparentemente tem qualidade inferior a Jean Pyerre. No entanto, o volante dificilmente tem uma atuação apagada ou oscila em uma partida. Matheus Henrique é mais regular e joga um futebol mais intenso do que o meia nas primeiras oportunidades de 2019. Está na frente na fila.
15) Guilherme Parede foi o melhor do Inter no Gre-Nal 418. Não acho que esteja pedindo passagem como titular, mas provou que merece mais chances.
16) Pedro Lucas fez pouco, mas seria possível fazer milagre em um time quando a bola não chega ao centroavante?
17) Tréllez ainda não mostrou por que foi contratado.
18) O abraço entre Matheus Henrique e Nonato depois do jogo mostra o espírito que um Gre-Nal deve ter. As tretas, broncas, discussões e tensões devem acabar no campo. Que esse gesto prevaleça, principalmente e se espalhe para além das quatro linhas.