A última rodada da Série B do Brasileirão entra para a história. Isso porque as mulheres estão de volta ao apito da competição nacional. Dois jogos serão comandados por árbitras da Fifa.
A paranaense Edina Batista, 37 anos, apita o jogo entre Figueirense e Paysandu, nesta sexta-feira (24), às 21h30, no Orlando Scarpelli. Ela formará trio com as assistentes Neuza Back, de Santa Catarina, e Tatiane Sacilotti Camargo, de São Paulo. Todas elas fazem parte do quadro internacional.
Já a pernambucana Deborah Cecília Correia, 32 anos, está escalada para ser árbitra principal do duelo entre Oeste e Goiás, neste sábado (25), às 17h30, na Arena Barueri.
Isso levou mais de uma década para acontecer. Embora a presença feminina seja recorrente na função de assistente, a última vez que tivemos uma mulher no apito na Série B foi em 2006. Na Série A, foi em 2005.
O presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Marcos Marinho, disse que este é um processo que está evoluindo gradualmente. As duas árbitras estão estreando em jogos de Segunda Divisão, mas ambas já atuaram nas Séries D e C. A partir disso, o objetivo da entidade é o avanço para a Série A de 2018.
Tomara que essa expectativa não fique só no discurso. Deborah e Edina fizeram um trabalho duro para que essa conquista fosse concretizada. Passaram por testes teóricos e foram exigidas fisicamente nos mesmos índices que são impostos aos homens.
Se estão capacitadas não há qualquer motivo que possa impedir essa evolução para a Primeira Divisão. Espero que Edina Batista e Deborah Cecília Correia sejam o símbolo da retomada de um espaço que as mulheres perderam no futebol brasileiro.
Última vez das mulheres nas Séries A e B
O último jogo comandado por uma mulher na Segunda Divisão foi no dia 25 de julho de 2006. Martha Peçanha apitou o empate em 2 a 2 entre Paulista e CRB.
Na Série A, foi no dia 16 de outubro de 2005. Silvia Regina comandou a vitória do Paysandu por 2 a 1 sobre o Fortaleza.