O jogo foi mais difícil do que indicou o placar de 4 a 1, mas o fato é que o Inter chega à final com força, repetindo goleadas e com pitadas de coragem. Por que coragem? Contra o Juventude, um adversário de Série A que, se jogar como no Beira-Rio, não cai no Brasileirão, o Inter jamais negociou o ímpeto ofensivo.
Até quase o fim do primeiro tempo, quando saíram os gols de Yuri Alberto e Mauricio, só o Inter assumia riscos. O Juventude só se retrancava, no contra-ataque. Só na volta do intervalo, já sem a vantagem erguida na Serra, é que o Juventude foi para cima. Incomodou, criou chances, foi valente, mas também abriu os espaços por onde o Inter mais uma vez goleou.
Eis o mérito vermelho. O técnico Miguel Ángel Ramírez aceitou a trocação, ao contrário de seu rival, Marquinhos Santos, que só o fez atrás no placar. Na troca de golpes, o Inter sobrou.
De novo assumiu riscos, mais uma vez apresentou mais volume e intensidade. O nome do jogo foi Yuri. Ele não pode ser reserva de jeito nenhum. Foi o ponto de mudança de uma partida que, até aquele momento, estava complexa.
Palacios lesionou-se. Ramírez poderia ter optado por Marcos Guilherme ou Caio Vidal, mas saiu do script e optou por Yuri. Bingo. O gesto técnico melhorou muito quando a bola chegava na linha de frente. Yuri começa e termina o primeiro gol, tirando o time do sufoco. Entrou na direita e, como venho insistindo no Sala de Redação é tão superior aos outros que mesmo improvisado pelo lado se sai melhor.
A partir daí, com espaço, o Inter sobrou. Fez gol de todas as maneiras: de cabeça, de pênalti, de contra-ataque e de jogada construída desde lá atrás, trocando passes.