Quando a expressão surgiu, riram dela. Volante apoiador. Como assim?
Primeiro, marcar. Saber o que fazer com a bola era um segundo momento, até menos importante para um meio-campista dessa função. Pode parecer óbvio, mas na hora que surgem dois jogadores como Maicon e Arthur, a discussão sempre aparece: dá para ambos atuarem juntos, sem desproteger a defesa?
Trocar passes, criar e marcar gols era obra do armador. O volante, em resumo, era o carregador de piano. Alguém tinha de carregá-lo para o solista tocar. Pois o Grêmio de Renato está consagrando o volante apoiador.
Desde que Douglas se lesionou e Luan foi improvisado como meia central, a importância dos volantes aumentou. Vem sendo assim faz tempo. Mesmo sem o armador clássico, o Grêmio segue voando. Está até melhor do que antes, com Douglas.
Os adversários não marcam, ou não conseguem marcar, Maicon e Arthur. Eles comandam o show. Livre da inflamação no tendão, Maicon vive sua melhor fase. Ao lado de Arthur, gasta a bola. Chegou a constranger como o Santos entrou na roda.
O Grêmio vai para o Gre-Nal do próximo sábado exercendo uma pressão enorme sobre o Inter. Alcançou uma regularidade em alto nível impressionante, tal a forma como submete e atemoriza seus adversários. Na rotina de goleadas da Arena, o 5 a 1 sobre o Santos teve dois de Maicon e um de Arthur.
É a consagração dos volantes apoiadores.