Que Brocador, que nada. O belo gol logo a 23 segundos, de Thonny Anderson, a surpresa de Renato na vitória fácil por 3 a 0 sobre o Novo Hamburgo, tirou uma tonelada de peso das costas dos reservas do Grêmio. A partir daí, o resultado veio com naturalidade, na Arena. E, com ele, a saída da constrangedora zona do rebaixamento. O próximo passo é tentar entrar na zona de classificação, contra o Juventude, no Alfredo Jaconi.
Teve até a torcida em festa pedindo e gritando o nome de Jael para cobrar o pênalti, a 42 minutos do segundo tempo, que deu números finais ao jogo na noite deste sábado, na Arena. Enfim, um ano depois, Jael foi cruel, marcando o seu primeiro gol pelo Grêmio com bola rolando.
Renato escalou o time mais forte possível, com três titulares: Ramiro, Éverton e Jailson. A presença de Michel, que já foi dono absoluto de uma das posições de volante, também conferiu ao time peso e força. Maicosuel entrou durante a partida. Mas grande notícia da noite foi Thonny Anderson.
Se jogar sempre como no primeiro tempo deste sábado, Anderson obrigará Renato a encontrar um lugar para ele entre os titulares. É cedo para teses definitivas, claro. Mas repito: se for sempre assim, acabará indo e vindo ao lado de Luan pela faixa central de ataque durante a temporada, entre tabelas e movimentações. Os primeiros 45 minutos foram de altíssimo nível. Votei nele para craque do jogo na transmissão de Gaúcha sem esperar a segunda parte.
O primeiro gol de Anderson, driblando de calcanhar e colocando no cantinho do goleiro já dentro da área, é de muita qualidade. Somado ao que fez em Veranópolis, dá uma ideia de inteligência e qualidade com recurso na execução dos lances de ataque. No segundo gol, o passe pelo alto para Jael servir Michel é de quem enxerga além do óbvio.
Se havia congestionamento por baixo, com três jogadores do Noia, que tal um leve tapa por cima deles? Outro ponto a destacar em Anderson na Arena foi a bola parada. Todos os seus escanteios e suas cobranças de falta resultaram em chance de gol. Sua batida é pesada, impedindo os zagueiros de subirem.
O Grêmio teve mais posse, conclusões correras e acerto no passe. O 3 a 0 veio ao natural, até com certo relaxamento no segundo tempo, tal a facilidade diante de um Novo Hamburgo inofensivo e apático, sem capacidade de reação. Podia ter sido mais.
Outro personagem foi Jael. Ele deu duas assistências e fez o seu de pênalti, a pedido da torcida. Só não superou Anderson. A única nota preocupante foram os laterais. Madson e Marcelo Oliveira destoaram, sem diálogo com Ramiro e Everton no corredor. Tanto assim que a vitória veio por dentro, com a qualidade e alternância de Anderson e Jael. Quando um recuava, o outro flutuava por trás dos volantes.
O fato é que o Grêmio venceu, aliviou-se no Gauchão com boa atuação e agora vai, com uma taça já garantida este ano, estrear na Libertadores diante do Defensor, terça-feira.