O que muda na qualidade técnica de um motorista num intervalo de cinco anos? É muito provável até que, de 2014 pra cá, você tenha adquirido mais habilidade para conduzir um veículo. A prática diária ajuda a deixá-lo mais preparado. Se houve alguma alteração de visão, decerto procurou um oftalmologista para fazer a correção.
Só que, a cada cinco anos, condutores são obrigados a ir até um Centro de Formação de Condutores, perder algumas horas para se informar sobre a burocracia, encaminhar os documentos necessários, marcar um exame, voltar em outra data, perder mais algumas horas e, claro, pagar uma taxa de R$ 215 para renovar a CNH. É um exagero.
Por isso, a disposição do governo Bolsonaro de aumentar o prazo de validade para dez anos encontra respaldo na realidade. Não existe uma estatística confiável que justifique a necessidade de renovação da carteira a cada cinco anos. Os acidentes, a principal chaga do trânsito, são provocados por pura imprudência de quem não respeita os limites, gente que se arrisca em ultrapassagens forçadas e perigosas, que acredita que beber e dirigir não dá nada.
Não é a renovação a cada cinco anos que vai mudar isso. É, sim, o controle maior sobre o motorista em ação, com fiscalização, multas e campanhas de conscientização. O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, prometeu levar adiante o pedido do presidente Jair Bolsonaro para estender a validade da CNH. Será bem-vinda.