Um time de futebol ganha respeito quando mostra continuidade, repetição de movimentos e consistências coletivas. Essa prática se dá pelo trabalho organizado e constante. Saber a escalação de uma equipe é mérito e caminho encurtado para as vitórias. Pois, no Grêmio, o trunfo para os momentos finais do Campeonato Brasileiro é uma antítese dessa premissa. A surpresa é a grande virtude do técnico Renato para os últimos jogos da competição.
Durante todo o ano, o Grêmio nunca conseguiu ter uma equipe base e muito menos uma forma de jogar. Foram muitas tentativas e poucas definições, demonstrando sempre fragilidades importantes e dificuldades de rendimento. As ações defensivas apresentaram erros crônicos, e nunca chegaram perto de algo confiável. O número de gols sofridos virou um pavor para o time.
O quadro tático segue idêntico, mas, ironicamente, está exatamente neste ponto o trunfo do Grêmio na decisão contra o Juventude. O técnico Renato tem na surpresa a sua grande virtude para o enfrentamento. O treinador do adversário não tem subsídio nenhum para treinar uma equipe para conter movimentos de um Grêmio tão desorganizado. O Tricolor não tem escalação ou sistema tático para ser estudado pelo time caxiense.
É preciso dizer que este texto não contém ironia. É a triste realidade de um clube que optou pelo empirismo e pela individualidade, descartando a evolução do esporte no seu planejamento. Nenhum torcedor gremista tem ideia do time e do sistema que Renato irá utilizar na partida da próxima semana — e está aí a virtude. Uma antítese do trabalho virou o trunfo do Grêmio. É nisso que iremos nos apegar.