As especulações não param nas redes sociais dos gremistas. E o assunto que mais chama a atenção se refere aos treinadores. O contexto tricolor parece convencido de que um novo técnico desembarcará por aqui na próxima temporada. Os nomes que surgem (na maioria através da imprensa identificada) merecem, no mínimo, uma análise mais pragmática sobre o custo e a certeza de que possam ser vitoriosos por aqui. Um bom técnico supera o próprio valor e não é difícil entender essa conta.
Na tarde de terça, na rede de especulações, os nomes mais citados foram Hernan Crespo e Luis Castro. O argentino ganha 3 milhões de dólares livres de impostos por temporada. Já o português, recebia, no mesmo mercado, perto de 5 milhões. No Brasil, teríamos que acrescentar perto de 30%, referente a impostos, para que eles tenham o mesmo contrato. Ou seja, no caso de Crespo, o valor total estaria próximo de 2 milhões por mês para que ele treine em Porto Alegre. Com Castro, por óbvio, teríamos algo ainda mais caro. E qual é a certeza de acerto destes nomes? O custo?
O técnico Renato Portaluppi ganha em torno de 1,5 milhões de reais por mês, muito mais pelo sucesso da década passada do que pelas suas últimas temporadas. No Inter, segundo as informações, Roger Machado está recebendo perto da metade do que recebe o treinador gremista.
Lembrando que a diretoria colorado, “descobriu” o seu técnico retomando espaço, o que, claro, facilitou qualquer negociação. Mas se engana quem pensa que o Inter gasta menos com treinador do que o Grêmio. Até chegar em Roger, o Inter tentou muitos técnicos e teve, por isso, que pagar muitas rescisões de contrato. Neste momento, para o cargo mais importante de uma comissão técnica, o Inter deve pagar mais do que apenas um profissional. Eduardo Coudet segue sendo lembrado todo o dia 5 por lá e isso é natural quando se erra.
A hiperinflação de Renato no Grêmio não condiz com a qualidade do seu trabalho e está mais relacionada a idolatria do que qualquer outra coisa, mesmo assim, é preciso ser assertivo na nova escolha, sob pena da função sair muito mais cara do que se possa imaginar. Nomes citados as dezenas nas redes sociais, apoiados ou não pelos gremistas, não, necessariamente, darão certo.
Roger, incrivelmente, que trabalhou bem no Grêmio e está indo bem no Inter, é o treinador mais barato que foi anunciado pela dupla nos últimos 10 anos. Futebol, definitivamente, não é matemática e é exatamente isso que o Grêmio precisa saber neste momento. Dinheiro não resolve tudo neste esporte.