O início da safra de camarão em 2025, que começa em 1º de fevereiro e vai até 31 de maio, deve ser desafiador para os pescadores do sul do Estado, segundo o secretário de Pesca de Rio Grande, Bercílio Silva. Ele aponta que, inicialmente, a captura do crustáceo será difícil, mas pode melhorar a partir de março, quando as condições climáticas favorecem o desenvolvimento do camarão.
A reprodução e o crescimento do camarão dependem de um aporte de água salgada do mar à Lagoa dos Patos. A situação só ocorre quando há uma redução do nível da lagoa e ventos que empurram água do Oceano Atlântico para o estuário. Segundo Silva, essas condições começaram a se intensificar nesta semana, o que é um indicativo positivo para a safra. A partir disso, são necessários cerca de 90 dias para que o camarão atinja o tamanho ideal para a comercialização, com as melhores expectativas para março de 2025.
— Com esse período que o camarão tem para se reproduzir e crescer pode ser que em março e abril tenhamos um camarão graúdo para vender. Vale mais comercializar três quilos de um camarão grande do que apressar a captura e vender três quilos de um pequeno, que com o tempo poderia crescer ainda mais — explicou.
A previsão é de uma safra ligeiramente melhor do que a de 2024, quando a enchente de setembro elevou o nível da Lagoa dos Patos e impediu a salinização necessária para a reprodução do camarão. Em 2025, a situação parece mais favorável, o que anima os pescadores.
Atualmente, Rio Grande conta com cerca de 4 mil pescadores artesanais, e São José do Norte, com aproximadamente 1.200. No último ano, esses pescadores receberam apoio da comunidade e do Estado para garantir o sustento diante da baixa produção.