Estratificação do solo e associação de culturas. A mesma técnica que aplica em pequenas propriedades ou em assentamentos onde presta consultoria, Namastê Messerschimidt desenvolve na Fazenda Da Toca, de Pedro Paulo Diniz, onde foi criado o Núcleo Agroflorestal de Pesquisa Aplicada em Agricultura Sintrópica. Testes mostraram como se comportavam as laranjeiras no sistema florestal e, nas palavras do próprio Diniz, “a lavoura custa menos e produz mais”.
– As agroflorestas sequestram mais carbono, e geram mais energia para o solo – detalha Namastê.
Como a matéria orgânica mantém a umidade do solo, a irrigação torna-se quase desnecessária ou até 75% inferior à agricultura convencional. Assim, o alimento produzido por meio da sintropia que chega ao consumidor está financiando toda a floresta.
Caminho natural para os orgânicos
Se para o público leigo o tema é novidade, no campo o sistema ganha notoriedade. Técnico da Emater que auxilia produtores na Região Metropolitana, o agrônomo Luís Paulo Ramos diz que a agricultura sintrópica é a grande tendência na produção de orgânicos:
– Trata-se de um consórcio de cooperação e interação entre plantas, homem e animais e pode ser utilizada também para recuperar florestas e áreas degradadas.
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Ramos recorda experiências em sistemas agroflorestais no Estado, algumas originadas com a ajuda do acaso, como pomares de citros abandonados onde cresceram árvores e arbustos nativos, que passaram a ser manejados juntamente com o pomar.
No Litoral Norte, agricultores observaram que as bananeiras conviviam bem com a palmeira-juçara e outras árvores, produzindo e tornando-se menos suscetíveis às doenças.