O tema sustentabilidade gera polêmica no campo e fora dele. Quando preservar é essencial para garantir a produção do amanhã, encarar os desafios já é um começo. Confira abaixo cinco desafios e as possibilidades de solução:
Avançar na definição do que são padrões de eficiência
O caminho para enquadrar as propriedades em modelos mais preocupados com o ambiente começa por definir parâmetros claros do que é sustentabilidade, além de ampliar a assistência e as políticas públicas.
– O produtor que não consegue manejar o solo e os recursos naturais de forma correta acaba com passivos ambientais que acarretam em aumento do custo de produção e diminuição da renda – alerta o assessor da área de Meio Ambiente Rodrigo Justus, da Confederação da Agricultura e Pecuária.
Aliar a crescente produção de alimentos com a proteção dos recursos naturais, especialmente, floresta, biodiversidade, solo e água
O Ministério do Meio Ambiente ressalta que é necessário modernizar as práticas agropecuárias e investir em pesquisas.
– Precisamos reavaliar o manejo dos sistemas de produção de forma a torná-los mais resilientes para que respondam não só às mudanças climáticas, como ao esgotamento dos recursos – destaca a secretária de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável, Juliana Simões. Ainda pontua a importância de focar em segurança alimentar, no combate à pobreza e à fome e na conservação das espécies.
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Adaptar as propriedades rurais para viabilizar a recuperação do ambiente
As informações declaradas pelos produtores ao Cadastro Ambiental Rural estão sendo avaliadas. Não há prazo para conclusão, mas 100% dos dados serão verificados. Por meio desta análise, será possível identificar irregularidades, como ausência de Área de Preservação Ambiental (APP) ou reservas legais. Para o diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro, Raimundo Deusdará Filho, a saída é conscientizar os produtores sobre a importância de aderir ao Programa de Regularização Ambiental (PRA).
Reduzir o uso de defensivos químicos para amenizar o impacto
Diminuir o uso de agrotóxicos passa por usá-los com cautela, avaliando caso a caso a necessidade e evitando aplicações preventivas. Uma alternativa seria contar com incentivo do governo para que o setor tenha condições de fazer uma transição de modelo.
– Existe um clamor público. Está na hora de os parlamentares levarem a sério e caminharem para a sustentabilidade – alerta a agrônoma Marina Lacôrte, ativista da campanha de Agricultura e Alimentação do Greenpeace.
Equilibrar a relação entre áreas de preservação e de agricultura e evitar o avanço do desmatamento
O Brasil tem 61% da sua vegetação nativa em pé e estima-se que 11% desse patrimônio natural esteja em propriedades rurais. O economista João Campari, assessor especial de Meio Ambiente e de Sustentabilidade do Ministério da Agricultura, ressalta que o Brasil usa somente 8% de seu território para agricultura, incluindo florestas plantadas, e 19,7% para a pecuária._ Existe um patrimônio ambiental gigantesco sob os cuidados dos produtores. Isso não é sabido mundo afora e nem é reconhecido.
