O primeiro relatório de intenção de plantio da próxima safra americana, divulgado nesta terça-feira pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), confirmou estoques elevados de grãos e as já esperadas expansão na área de soja e redução na de milho. Mas os números ficaram um pouco abaixo das expectativas sinalizadas pelo mercado desde a semana passada, deixando o mercado confuso no fechamento da Bolsa de Mercadorias de Chicago.
- O aumento projetado na área de soja foi menor do que o esperado. Mesmo assim, não dá força para sustentar preços maiores em Chicago a médio prazo - avalia Luiz Fernando Gutierrez Roque, consultor da Safras & Mercado.
O relatório do USDA prevê aumento de 1,1% na área dedicada à oleaginosa, consolidando um novo recorde no cultivo. O plantio projetado é de 34,25 milhões de hectares. Na contramão, o milho terá recuo de 1,5%, ficando em 36,1 milhões de hectares.
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A boa notícia para o Brasil, conforme o analista de mercado Farias Toigo, são os volumes de soja já exportados pelos EUA - quase 98% do estimado até agosto, quando termina o ano comercial da safra americana.
- Isso reforça que a soja continua muito procurada, especialmente pela China. A partir de agora, essa demanda se voltará para a América do Sul, com a entrada da produção brasileira e argentina - avalia Toigo, acrescentando que o produtor brasileiro será beneficiado pela alta do dólar.
O USDA também divulgou a situação dos estoques trimestrais de grãos do país. O volume armazenado de soja em 1º de março subiu 34% em relação a 2014. No caso do milho, os estoques estão 11% superiores aos do mesmo período do ano passado.
Os dados divulgados pelo USDA fizeram as cotações da soja e do milho terminarem o dia em caminhos opostos na Bolsa de Chicago.
A oleaginosa teve pequeno ganho, de 0,56%, cotada a US$ 9,73 por bushel. Já os contratos de milho caíram 18 pontos, fechando em US$ 3,76 por bushel.