De origem rural, Kátia Abreu deve fazer nesta segunda-feira sua estreia no Rio Grande do Sul na condição de ministra. Presença confirmada para a abertura oficial da Expodireto Cotrijal, começa o roteiro pelo local que é uma das referências do agronegócio gaúcho, em visita carregada de expectativas.
- Esperamos que possa trazer ações de apoio que animem os produtores - afirma Enio Schroeder, vice-presidente da Cotrijal.
A lista de temas que interessam ao Estado é grande e vai da crise vivida pelo setor leiteiro às demarcações de terra. Apesar de não ser atribuição direta da pasta, a questão atinge em cheio famílias de agricultores do norte gaúcho e avançou quase nada desde o ano passado, quando a tensão evoluiu para a violência e deixou dois agricultores mortos em Faxinalzinho.
- É preciso retomar o trabalho para buscar alternativas - avalia Cleonice Back, coordenadora no Estado da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetraf-RS).
Com relação à produção de leite, há uma esperança de que Kátia possa anunciar a liberação de mais R$ 10 milhões, já solicitados formalmente pelo grupo que monitora a crise, para a aquisição, via Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de cerca de mil toneladas do estoque do Estado. O primeiro recurso liberado já está sendo utilizado para a compra de mais mil toneladas de leite em pó.
- Quem sabe teremos alguma sinalização do Plano Safra, uma possível redução da taxa de juro e aumento do preço mínimo - diz Carlos Joel da Silva, presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do RS(Fetag-RS).
Com a necessidade de manter os gastos sob controle, é pouco provável que qualquer boa nova venha de cifras. O que a ministra tem dito é que vai mudar o jeito como as coisas são feitas, imprimindo uma gestão diferente, focada em resultados técnicos.
Uma coisa é certa: vai faltar lugar para a mesa de autoridades nesta segunda - o governador José Ivo Sartori também confirmou presença. Então, a hora é mais do que apropriada para colocar os pedidos à mesa.