Com o período de colheita se intensificando, velhos problemas despontam como barreiras no caminho da produção. Em reunião da Câmara Temática da Infraestrutura e Logística do Ministério da Agricultura, nesta quarta-feira, resoluções com impacto no escoamento, como a lei do frete, foram debatidas. Condições de estradas e armazenamento também.
Na safra passada, das mais de 186 milhões de toneladas de grãos produzidas no país, 40 milhões de toneladas tiveram de ficar a céu aberto por causa da falta de silo.
Do encontro, saiu pedido para que se dê maior agilidade às licitações portuárias.
Por aqui, o porto de Rio Grande teve desempenho acima da média nacional - no volume exportado de soja, ficou atrás só de Santos.
- As menores distâncias até as áreas dos portos conferem ganho ao Rio Grande do Sul. No Mato Grosso, passam dos 2 mil quilômetros - opina Carlos Alberto Batista, secretário da Câmara Temática da Infraestrutura e Logística.
Mas nossa vantagem para por aí. Presidente da Câmara Brasileira de Infraestrutura e Logística, Paulo Menzel percorreu 26 mil quilômetros pelo Estado. Um dos diagnósticos: na BR-386, a rodovia da produção, o movimento de caminhões cresceu 30% com o fim dos pedágios.
- Pergunto: aumentamos a rodovia? Parou a manutenção e cresceu o fluxo - observa.
Segundo Menzel, o custo geral da logística (incluindo outros setores) continua consumindo 19,46% do PIB gaúcho, quando deveria ser de 6,2%. Mudanças exigem investimentos de curto, médio e longo prazo. Não dá para pensar em escoar a safra só na véspera da colheita.