A alta temperatura e o tempo seco também produzem efeitos no campo. Na região de Boa Vista das Missões, no Norte, o calorão chega com o início da colheita.
- Quando passa dos 35ºC, 36ºC, não é bom para ninguém - diz Dulphe Pinheiro Machado Neto, gerente técnico da Emater.
Veja o impacto do clima sobre alguns setores.
Leite: as pastagens tiveram bom desenvolvimento. Mas o calor em excesso afeta o bem-estar animal.
Aves: são bastante sensíveis à altas temperaturas, porque têm maior dificuldade em perder calor. Os aviários, em geral, são climatizados (com sistemas de ventilação e exaustão), como explica Ariel Mendes, diretor de produção da União Brasileira de Avicultura. O grande problema é quando falta energia.
Hortifrutigranjeiros: a maior parte da produção de folhosas é irrigada. Mas o calor em excesso faz a planta se desenvolver menos e desregula o plantio escalonado, segundo Evandro Finkler, presidente da Associação dos Produtores da Ceasa. O mormaço facilita a proliferação de pragas. Dulphe lembra que a condição atual pode ser benéfica - caso da uva, que em colheita pede pouca umidade.
Grãos: um quarto das lavouras de milho está pronta e tem boa produtividade, observa Dulphe. Outro um quarto está em desenvolvimento vegetativo - são as variedades que mais sofreram com a falta de chuva. Outros 50%, na floração e enchimento de grãos, estão em boas condições devido à chuva recente. Na soja, por enquanto, não há danos - o período crucial é fevereiro.