O clima está ajudando e as perspectivas são de que não vai prejudicar nenhuma cultura de verão, pelo menos. Os valores seguem em alta, o que capitalizou os produtores na última safra e estimula novo plantio. Não poderia ser melhor o cenário da safra 2013/2014, cuja primeira perspectiva de colheita foi divulgada nesta quarta-feira pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No total, o Rio Grande do Sul deve obter em torno de 29 milhões de toneladas e celebrar um novo recorde no setor agrícola.
Os respingos diretos vão para o setor de máquina, que certamente lucrará com isso. E o ganho indireto, como no comércio e no setor de serviços, também é considerável. O dinheiro que a atual e a futura safra estão depositando nos bolsos dos produtores e no caixa do Estado precisa voltar para o campo, se transformar em tecnologia e ser aplicado na gestão no planejamento dos próximos ciclos da lavoura.
No primeiro trimestre de ano, quando se falava em 27 milhões de toneladas no ciclo 2012/2013 (depois se confirmou o valor de 28,2 milhões) e ainda sem o impacto da supersafra de soja, o Produto Interno Bruto (PIB) gaúcho já havia crescido 2,5%. Assim, se pode esperar um impacto ainda maior no fechamento deste ano. Para a soja, que começa a ser plantada em breve, a previsão é colher quase 380 mil toneladas a mais do que na temporada anterior, alcançando 12,11 milhões de toneladas.
Em um cálculo simplista, sem levar em conta os ganhos no entorno e na industrialização, isso representa, na cotação atual de R$ 71,50 a saca, em torno de R$ 450 milhões extras entrando no Rio Grande do Sul. Com o trigo, as quase 630 mil toneladas a mais do que na safra anterior significam, em valor, mais R$ 500 milhões em recursos (com uma cotação próximo de R$ 800 a tonelada). Se bem utilizado pelo poder público e pelo produtor, dá para fazer um bocado de obras com isso, no campo e na cidade. Infraestrutura que permita o escoamento e armazenamento de safras seguintes, por exemplo, são lógicos e oportunos destinos para esses investimentos.