O cenário no Sul continua a ser influenciado pelo El Niño – caracterizado pelo aquecimento anômalo das águas do Oceano Pacífico na faixa equatorial –, que atingirá seu pico entre dezembro e janeiro, de acordo com os especialistas. O enfraquecimento do fenômeno meteorológico deve ocorrer em meados do outono de 2024.
A temperatura ficará elevada e acima da média durante o verão. No entanto, no litoral catarinense, como é esperado, o vento do oceano deixará o tempo mais ameno.
— Eu diria que Santa Catarina é um pouco mais quente até do que o Rio Grande do Sul, porque o RS ainda recebe um pouco de ar mais frio, às vezes — afirma Henrique Repinaldo, meteorologista do Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas da Universidade Federal de Pelotas (CPPMet/UFPel).
Haverá pouca variação térmica ao longo do verão em Santa Catarina, de acordo com Vinicius Lucyrio, meteorologista da Climatempo. Quase todos os dias serão de tempo abafado, ainda que alguma frente fria possa avançar sobre a região, causando queda de temperatura. Haverá também alguns dias de calor mais intenso, com temperaturas que podem passar dos 36ºC graus na Grande Florianópolis e no sul do Estado, na região de Urussanga e Criciúma, que apresentam uma condição mais favorável a um calor mais extremo, por conta da Serra Geral.
Chuva
A chuva também será acima da média e com temporais, podendo resultar em volumes elevados. Repinaldo alerta para a topografia de Santa Catarina, que pode configurar um problema para o verão, devido à possibilidade de deslizamentos, além da elevação de rios e alagamentos.
Seguindo a mesma tendência verificada no Rio Grande do Sul, dezembro será marcado pela chuva acima da média em SC, principalmente no Meio-Oeste, na fronteira com a Argentina. As regiões de Chapecó e de Concórdia tendem a ter volumes mais elevados e um risco maior de temporais e transtornos.
Em Florianópolis, a chuva será menos frequente e volumosa do que nos meses anteriores, mas ainda acima da média. Portanto, pode haver uma situação de risco, principalmente nas áreas do Vale do Itajaí, de relevo mais acidentado na Grande Florianópolis e no sul do Estado. Existe a possibilidade de que a chuva seja maior do que a média em Florianópolis, com 230 milímetros em vez dos 177 milímetros da expectativa histórica.
Em janeiro, a situação será mais típica de verão: tempo abafado no oeste de Santa Catarina, com temperatura alta e umidade elevada, favorecendo pancadas de chuva. O volume deve ficar na média ou ligeiramente acima.